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BCP vai rever proposta sobre o Novo Banco só depois de outubro

O banco liderado por Nuno Amado é um dos candidatos à compra do Novo Banco. Na corrida estão também o BPI, Apollo Managment em parceira com a Centerbridge e Lone Star. China Minsheng está interessado mas ainda não formalizou oferta.
Rafael Marchante/Reuters
10 Outubro 2016, 06h01

O BCP vai rever as condições da oferta sobre o Novo Banco mas só depois de outubro, apurou o Jornal Económico. Apesar de não haver um calendário fechado, dentro do Banco de Portugal havia uma vontade que a reformulação das propostas dos quatro candidatos acontecesse até ao final de outubro, conforme adiantou o “Público”. No entanto, o Jornal Económico sabe que o BCP, apesar de ter intenção de reavaliar a proposta, não o irá fazer até ao final deste mês.

São quatro os candidatos que estão a disputar a compra direta do Novo Banco: BCP, BPI, o fundo de private equity Apollo Management em parceria com a Centerbridge Partners e também a Lone Star.

Estes quatro candidatos têm mantido conversações com a equipa liderada por Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado dos Transportes e Comunicações do Governo de Pedro Passos Coelho, e que foi mandatado para vender o Novo Banco. No entanto, ainda não foram feitas propostas finais. Sérgio Monteiro quer melhorar as ofertas apresentadas em julho e o anúncio de mais um interessado – China Minsheng Financial Holding – veio aumentar a pressão. Mas até ao momento os candidatos ainda não manifestaram se pretendem ou não rever as ofertas.

Também a Apollo e a Centerbridge poderão rever a oferta, assim como o BPI. Apesar das notícias que dão conta que a prioridade do CaixaBank é a concretização da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI, e que por isso o Novo Banco poderá estar fora dos planos, fontes próximas da instituição espanhola adiantam que o Novo Banco continua a ser um ativo interessante e que não está descartado pelos catalães.

A preferência do Banco de Portugal recai sobre a opção A, ou seja, a venda direta a um dos quatro candidatos na corrida. Só se o plano A falhar é que irá avançar-se para o plano B, ou seja, a venda através de um aumento de capital em que fica diluída a posição do Fundo de Resolução que detém o Novo Banco.

 

Chineses ainda não formalizaram oferta sobre o Novo Banco

O China Minsheg – sociedade financeira cotada na bolsa de Hong Kong – surge nesta corrida como um ‘cornerstone investor’ – que é como se designa quando um investidor compra uma parcela de ações antes da realização de uma venda em mercado: Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa). E a ideia seria, neste caso, na realização de um aumento de capital os chineses poderem ficar com uma participação entre 10% e 30% do Novo Banco e servir para atrair outros interessados.

Neste momento os dois processos correm em paralelo. No entanto, o Jornal Económico apurou que o China Minsheng ainda não apresentou qualquer proposta formal. Esta poderá vir a ser apresentada ainda este mês, depois de Sing Wang, presidente da comissão executiva da holding chinesa, ter estado reunido com Sérgio Monteiro e a equipa do Banco de Portugal.

Apesar de a decisão caber ao supervisor, o Governo também será consultado neste processo. Além disso, qualquer decisão terá também de passar pelo crivo, e aprovação, da Direção Geral da Concorrência da Comissão Europeia (DG Comp), e pelo Banco Central Europeu (BCE).

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