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BCP vende 119 milhões de euros em créditos e 1.000 imóveis no trimestre

A banco destacou uma redução significativa dos NPE no trimestre, de 4,8 mil milhões em 31 de dezembro de 2018 para 4,4 mil milhões em 31 de março de 2019.
  • João Relvas/Lusa
9 Maio 2019, 19h48

O BCP vendeu 119 milhões de euros da carteira crédito, dos quais 74 milhões estavam em NPE  (non-performing exposure) – que inclui malparado e garantias – o que teve um impacto na conta de exploração de 5 milhões de euros.

O stock de NPE (non-performing exposure) reduziu-se em 360 milhões nestes três meses, o que inclui venda de carteiras, saídas líquidas e write-offs (77 milhões de euros).

O banco anunciou ainda a venda de 1.000 imóveis por um total de 149 milhões de euros. Como esses imóveis estavam registados no Balanço, depois de imparidades, em 124 milhões de euros, o BCP teve até uma mais-valia de 25 milhões.

Com esta venda o BCP baixou em 21% o valor líquido dos imóveis em Balanço.  “A carteira líquida de imóveis recebidos em dação reduziu-se 20,9% entre 31 de março de 2018 e 31 de março de 2019. O valor da carteira, calculado por avaliadores independentes situa-se 27% acima do respetivo valor contabilístico”, diz o banco.

“O BCP vendeu 1.054 imóveis no 1.º trimestre de 2019 (919 imóveis vendidos no 1.º trimestre de 2018), tendo as respetivas mais-valias duplicado de 12 milhões para 24 milhões”, lê-se na apresentação das contas.

Já o saldo em fundos de reestruturação empresarial desceu 2,7% para 995 milhões em 31 de março de 2019. O crédito inicial nestes fundos totaliza 2.006 milhões, pelo que as imparidades totais (no crédito inicial e nos fundos) correspondem a uma cobertura de 50%.

De acordo com as contas do banco houve uma “redução significativa dos NPE”. Nos primeiros três meses, o rácio recuou 1,9 mil milhões de euros face a 31 de março de 2018, dos quais 1,8 mil milhões de euros decorrem da atividade em Portugal.

Os NPE, em Portugal, descem 1,8 mil milhões, de 6,3 mil milhões de euros em 31 de março de 2018 para 4,4 mil milhões na mesma data de 2019. Este decréscimo resulta de saídas líquidas de 0,7 mil milhões de euros, vendas de 0,6 mil milhões de carteiras e anulações (write-offs) de 0,5 mil milhões de euros.

O decréscimo de NPE em Portugal face a 31 de março de 2018 é atribuível a reduções de 1,5 mil milhões dos NPL (malparado) a mais de 90 dias e de 0,4 mil milhões dos outros NPE.

O banco destacou uma redução significativa dos NPE em Portugal no trimestre, de 4,8 mil milhões em 31 de dezembro de 2018 para 4,4 mil milhões em 31 de março de 2019.

A redução do custo do risco de 96 pontos base no 1.º trimestre de 2018 para 73 pontos base no 1.º trimestre de 2019, dá o retrato das novas imparidades no trimestre. O Banco fala em reforço da cobertura de NPE por imparidades de 46% para 52%, respetivamente

O BCP disse ainda que investiram 1.000 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro pois como captam mais recursos do que concedem crédito têm de aplicar o dinheiro nalgum lado,  para não depositarem no BCE a pagar 40 pontos base escolheram investir em BT. “Mas não há nenhum tema de risco relativo a dívida pública”, disse Miguel Maya.

Total de dívida pública em carteira fixou-se em 14,1 mil milhões de euros, dos quais 11,9 mil milhões com maturidade até 5 anos. A dívida pública portuguesa totalizou 7,4 mil milhões, a polaca 5,4 mil milhões de euros e moçambicana 0,3 mil milhões de euros; “outros” incluem dívida pública espanhola e italiana (0,5 mil milhões cada).

Miguel Maya afirmou que a integração do Eurobank, comprado em novembro pelo banco polaco detido pelo BCP, deverá ficar concluída até ao final do mês de maio.

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