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BCP vende 80 milhões de malparado à Hoist Capital

Já foi concluído o processo de escolha de compradores para o “Projecto Bright”. O vencedor foi a Hoist Capital que pagou 16,5 milhões.
11 Abril 2025, 08h48

O BCP já fechou a venda da carteira de crédito malparado batizada de “Projecto Bright”.

O vencedor foi a Hoist Capital que concorria contra o consórcio LX Partners e Balbec; a EOS Partners; e a LC Partners.

O Jornal Económico sabe que a Hoist pagou 16,5 milhões pelo portefólio de Non Performing Loans, por uma carteira com o valor nominal de 80 milhões de euros e que é composta por crédito “unsecured”, ou seja, sem garantias reais. O que normalmente se traduz em operações com grandes descontos.

Estas vendas visam limpar o balanço de ativos problemáticos e que pesam no capital do banco. O BCP chegou ao fim de 2024 com menos 134 milhões de euros de créditos classificados como Non-performing exposures (NPE) na atividade doméstica, fechando o ano com 973 milhões de malparado, dos quais, 373 milhões são créditos em incumprimento há mais de 90 dias. O banco liderado por Miguel Maya tem o crédito em Portugal classificado com NPE coberto em 90% por imparidades.

Em termos de imóveis recebidos por recuperação de crédito, o BCP reportou que baixou de um valor (bruto) de 169 milhões de euros em dezembro de 2023 para 92 milhões em 2024.

O BCP vendeu no ano passado 569 imóveis (o que compara com 820 em 2023), com um valor contabilístico de 58 milhões, por 81 milhões de euros. Isto é, tendo o valor de venda excedido o valor contabilístico em 23 milhões.

A carteira líquida de imóveis recebidos por recuperação reduziu-se 51,9% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024.

O rácio de NPE do BCP em Portugal em 2024 ficou-se em 1,7%.

Outro banco que tem no mercado uma carteira de crédito malparado é o BPI, tal como noticiado anteriormente.

Também com o objetivo de limpar o balanço, o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa mandatou a KPMG para colocar no mercado uma carteira mista de créditos não produtivos (designada de Project Zinc) com saldo devedor em balanço de 99,8 milhões de euros, segundo dados de 31 de janeiro deste ano. Destes, 77 milhões são créditos sem garantias reais (unsecured) e 22 milhões são créditos em risco mas com garantias (secured).

As ofertas não vinculativas estão previstas para meados deste mês de Abril e o closing da venda é esperado em Junho.

O Projeto Zinc é composto por crédito problemático de particulares (66%) e de PME (34%), num montante total de cerca de 99,8 milhões de euros.

A tranche A está repartida entre particulares (58%), PME (26%) e PME insolventes (16%). Já a tranche B refere-se essencialmente a mutuários particulares com crédito à habitação (93%).7 A carteira é bastante granular, com uma dimensão média dos créditos de cerca de 13,7 mil euros. Enquanto o segmento dos particulares da tranche A apresenta uma dimensão média dos créditos de cerca de 7,3 mil euros. A tranche B está garantida por um conjunto de garantias reais com um Real Estate Value do vendedor no valor de cerca de 37,6 milhões de euros, dos quais 99% está classificado como primeira penhora.

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