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BdP revê crescimento em alta para este ano para 2,3%

A economia portuguesa atravessa “um bom momento”, segundo o governador do Banco de Portugal, e deve crescer mais este ano do que se esperava no final de 2024 – embora a expectativa para os dois anos seguintes tenha sido revista em baixa.
José Sena Goulão/Lusa
20 Março 2025, 11h12

O Banco de Portugal reviu em ligeira alta o crescimento para este ano para 2,3%, fruto sobretudo de uma maior execução do investimento público, embora também com uma inflação ligeiramente mais elevada.

No Boletim Económico de março divulgado esta quinta-feira, o banco central antecipa um crescimento 0,1 pontos percentuais (p.p.) acima do previsto em dezembro, no anterior exercício de projeções macro. O consumo privado cresce mais 0,1 p.p. do que se antecipava, ou seja, 2,8%, mas o principal responsável pela revisão em alta foi o investimento, uma dinâmica explicável pelo fim do PRR e pela baixa dos juros diretores.

Também a inflação foi revista em ligeira alta, de 2,1% para 2,3% este ano, mas mantendo uma estimativa de 2% para os dois anos seguintes. Na mesma linha, também o indicador subjacente foi atualizado em alta, refletindo uma inflação mais persistente e entrincheirada, ficando em 2,5% este ano (uma revisão em alta de 0,1 p.p.).

Para o governador Mário Centeno, a economia nacional atravessa “um bom momento” e assim se deverá manter, crescendo acima do potencial, destacou.

Ainda assim, o crescimento abranda após 2025, sendo a projeção para 2026 alvo de um corte de 0,1 p.p. para 2,1%.

Ao mesmo tempo, também o crescimento no ano passado ficou ligeiramente acima do que era esperado, chegando a 1,9% depois da estimativa de 1,7% no boletim de dezembro. O forte crescimento do consumo no final do ano foi um dos principais responsáveis por esta dinâmica, alicerçado num mercado de trabalho forte e robusto – isso mesmo destacado por Mário Centeno, que descreveu o mercado de trabalho como “o sustento” da evolução da economia nacional”.

Ainda assim, o “claro crescimento do consumo privado” não deverá ser sustentável, antecipando-se uma queda do rendimento disponível já neste primeiro trimestre de 1,2% e subsequente abrandamento do consumo privado.

[notícia atualizada às 11h28]

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