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BE afasta “qualquer expectativa de viabilização do OE” 

“Há uma visão ideológica que o Governo tem para o país – habitação, saúde e política fiscal -, e essa visão é muito distante da do BE”, afirmou Mariana Mortágua à margem do encontro do partido com o Governo esta tarde, inserido na segunda ronda de reuniões sobre o OE 2025.
10 Setembro 2024, 15h52

O Bloco de Esquerda (BE) afastou hoje “qualquer expectativa de uma viabilização” da proposta do Orçamento do Estado para 2025.

“Há uma visão ideológica que o Governo tem para o país – habitação, saúde e política fiscal -, e essa visão é muito distante da do BE”, afirmou Mariana Mortágua à margem do encontro do partido com o Governo, inserido na segunda ronda de reuniões sobre o documento.

Em declarações à imprensa, a líder do BE denunciou a “uma grande falta de dados” para a condução das discussões. “Foi nessa expectativa que viemos a esta reunião. O Governo forneceu alguns desses números, como o crescimento do PIB, inflação, saldo orçamental. É preciso haver clareza e tem havido uma grande falta de dados – que não justifica a posição do BE. . É sempre importante saber qual é o cenário macroeconómico e as principais projeções orçamentais”.

Mortágua recordou as já conhecidas divergências com o Governo do PSD, nomeadamente sobre matérias fiscais. “Não há novidade para ninguém sobre o que nos distancia deste Governo na preparação do Orçamento do Estado, que reflete um programa político e ideológico, uma visão que o PSD tem para o país, como a descida do IRC e do IRS jovem, que terá um terá um impacto orçamental gigantesco já em 2025”.

Segundo a coordenadora bloquista, esse impacto ascenderá a 1000 milhões de euros.

Na pasta da saúde, a economista criticou “a entrega de centros de saúde ao privado, que depois vão competir com o SNS para contratar profissionais”, o “pagamento de dezenas de milhões de euros a hospitais privados para fazerem atendimento , como é o caso da Prelada com uma concessão de 65 milhões, cerca de um terço do necessário para construir um grande hospital”.

Sobre a habitação, insiste: “a escolha do Governo tem sido privilegiar o alojamento local e a especulação”.

A propósito da reunião desta terça-feira, Mortágua fez saber que levou ao Executivo de Luís Montenegro o caso da TAP, dado o potencial impacto da privatização da companhia no OE, insistindo que Miguel Pinto Luz “não tem condições para assegurar a transparência do processo”.

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