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BE defende reflexão no Governo e PS sobre nomeação de familiares

A coordenadora do BE disse que é preciso pensar sobre estas matérias para que os cargos públicos “não sejam ocupados tendencialmente” por um grupo de pessoas com muitas afinidades.
“Temos barragens a mais, as barragens provocam evaporação, portanto nós estamos sempre a perder água e isto é um problema muito complicado.”
24 Março 2019, 17h34

A coordenadora do BE, Catarina Martins, pediu que o Governo e o PS devem reflectir sobre a prática de ocupação de cargos públicos por pessoas com muitas afinidades.

“Julgo que toda a gente percebe. Eu bem sei que Portugal é um país pequeno, mas todos nós percebemos a necessidade de pensar sobre estas matérias para que os cargos públicos não sejam ocupados tendencialmente por um grupo de pessoas com muitas afinidades”, afirmou Catarina Martins.

A deputada e dirigente do BE falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa do partido, em Almada, após questionada sobre as críticas recentes de vários dirigentes do PSD, incluindo do cabeça-de-lista às europeias, Paulo Rangel, aos vários casos de ligações familiares em gabinetes de membros do Governo.

“Como a direita está sem projeto, liga sobretudo a casos”, começou por dizer Catarina Martins, advertindo por outro lado que, sobre a matéria em concreto, “deve haver uma reflexão dentro do Governo e no Partido Socialista”.

Considerando que a questão é de “prática política”, Catarina Martins sublinhou: “a democracia precisa de mais espaço para respirar”.

Em entrevista à agência Lusa, sábado, Paulo Rangel defendeu que o Presidente da República já devia ter avisado o primeiro-ministro, António Costa, para não repetir o que chama de “promiscuidades familiares” no Governo.

Rangel considerou que a existência de vários casos de ligações familiares em gabinetes de governantes “não é normal e constitui um atentado gravíssimo ao princípio republicano”.

“No Conselho de Ministros, tem um marido e mulher, um pai e filha. Tem agora uma chefe de gabinete do sucessor do marido, cuja mulher também gere um fundo…”, criticou, referindo-se respetivamente aos ministros Eduardo Cabrita e Ana Paula Vitorino, José Vieira da Silva e Mariana Vieira da Silva, Pedro Nuno Santos e ao secretário de Estado Duarte Cordeiro.

O candidato do PSD elencou ainda a recente eleição de Francisco César para liderar a bancada socialista nos Açores, filho de Carlos César, que dirige o grupo parlamentar do PS na Assembleia da República, ou o facto de o irmão da secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, também integrar o Governo, como secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, entre outros casos “de primos e cunhados”.

“Que as pessoas em Portugal não rasguem as vestes e não se escandalizem com isto é sinal de uma certa doença e de um adormecimento da democracia”, afirmou.

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