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BEI apoiou 27 operações em Portugal com 2,336 mil milhões de euros em 2020

“O Grupo BEI assinou 27 operações em Portugal em 2020, com um volume de financiamento total de 2.336 milhões de euros”, o que traduz um aumento de 44% face a 2019, equivalente a cerca de 1,2% do PIB português. O vice-presidente do BEI acrescentou que as PME portuguesas deverão receber, em média, um empréstimo de 184 mil euros.
Cristina Bernardo
9 Fevereiro 2021, 18h21

O vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix, esteve em videoconferência a apresentar a atividade do Grupo Banco Europeu de Investimento (BEI) em 2020.

O responsável do BEI explicou que, mais uma vez, em 2020, Portugal esteve entre os cinco países da União Europeia que mais apoio financeiro receberam, em percentagem do PIB.

O Grupo BEI (BEI e FEI – Fundo Europeu de Investimento) concedeu um volume de financiamento superior a 2.300 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 44% em relação a 2019 e representa cerca de 1,2% do PIB. O BEI apoiou 27 operações em Portugal em 2020, ano da pandemia Covid-19 e foi o quarto país que mais beneficiou do banco da União Europeia (o BEI), em percentagem do PIB.

“Portugal foi o quarto país que recebeu mais apoio financeiro do Grupo BEI destinado às pequenas e médias empresas (PMEs)” e esteve “entre os principais beneficiários do Plano de Investimento para a Europa, alcançando o 4.º lugar em termos de financiamento mobilizado esperado por milhões de euros do PIB”, disse o responsável português.

Esse apoio é também um novo máximo histórico de financiamento desde 2014.

Lembrando que as PME constituem a base da economia portuguesa, Mourinho Félix disse que o BEI dedicou 72 % do seu financiamento total em Portugal em 2020, são cerca de 1.700 milhões para apoiar o acesso dessas empresas a financiamento.

BEI conta com os bancos comerciais e com o Banco de Fomento

O apoio do Grupo BEI é disponibilizado através de contratos assinados com diversos bancos comerciais portugueses e com o Banco Português de Fomento (BPF). “O financiamento concedido pelo Grupo BEI a intermediários financeiros deverá apoiar os projetos de 3.893 empresas portuguesas, que empregam cerca de 90 mil trabalhadores”, explicou o vice-presidente do BEI que acrescentou que as PME portuguesas deverão receber, em média, um empréstimo de 184 mil euros.

“O Grupo BEI trabalha em conjunto com intermediários financeiros em Portugal para apoiar o maior número possível de PME”, disse o vice-presidente da instituição. Para este efeito, o Grupo BEI “assinou 10 operações num montante superior a 1.300 milhões para apoiar a rápida mobilização de financiamento para PME e empresas de média capitalização portuguesas, assegurando que estas dispõem de fundos suficientes para manterem a sua atividade e salvaguardarem o emprego”. Isto representa 56% do total da atividade de financiamento do Grupo BEI em 2020.

Ricardo Mourinho Félix salientou que 56% do total da atividade de financiamento do Grupo BEI no país destinou-se a projetos relacionados com a mitigação do impacto económico da Covid-19.

Mourinho Félix destacou ainda o empréstimo de 340 milhões feito à Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD, atual Banco Português de Fomento); os dois acordos com o Grupo Santander no montante de 489 milhões, bem como duas operações com o Banco Montepio no montante de 229 milhões. Estas operações em concreto (Santander e Montepio) representam o regresso do BEI ao mercado de securitização de crédito em Portugal. O BEI explicou que se tratou de uma compra de títulos aos bancos (Asset-Backed Securities), para libertar o balanço e optimizar o capital desses bancos para estes poderem dar mais crédito às empresas. Essa aquisição de títulos aos bancos é condicionada ao compromisso dos bancos canalizarem o dinheiro para o financiamento às PME.

“Essas operações são exemplos de apoios do BEI na resposta à crise do Covid-19” já que permitiram dotar as empresas portuguesas de financiamento para fundo de maneio e de liquidez causados pelos confinamentos, explicou o responsável do BEI pelo mercado português.

Os acordos com instituições financeiras portuguesas “permitem-lhes disponibilizar às empresas portuguesas recursos essenciais para financiarem o fundo de maneio e assegurarem as suas necessidades de liquidez, promovendo simultaneamente o crescimento económico inclusivo e a preservação de postos de trabalho no país”, disse o vice-Presidente do BEI.

O Fundo Europeu de Investimento (FEI) é a entidade especializada do BEI na oferta de soluções de financiamento de risco aos intermediários financeiros para apoiar as PMEs e empresas mid-cap e promover a inovação na Europa. Em 2020, o FEI assinou 16 operações com intermediários financeiros em Portugal sob a forma de operações de titularização, garantias de carteira, operações de empreendedorismo social e de capital de risco no montante total de 951 milhões. “Este resultado corresponde a 7,4% do financiamento total do FEI em 2020 e coloca Portugal como o sexto Estado-Membro que mais apoio recebeu do FEI no último ano”, salienta o Banco Europeu de Investimento.

Na conferência de imprensa, Ricardo Mourinho Félix, responsável pela atividade do Banco no país, explicou que “o BEI adotou um ambicioso pacote de medidas de apoio às empresas, principalmente às PMEs”.

“Em 2020, o Grupo BEI concedeu o maior volume de financiamento desde a crise financeira. Aumentámos o financiamento para apoiar os sectores produtivo e social e para preservar postos de trabalho”, acrescentou o vice-presidente do BEI.

Cerca de 72% da atividade do Grupo BEI em Portugal destinou-se a suprir as necessidades de liquidez das PME

“A crise da Covid-19 veio reforçar ainda mais a necessidade urgente de apoiar as PMEs, que constituem uma parte fundamental do tecido produtivo e do emprego em Portugal. Para esse efeito, 72% da atividade total do Grupo BEI em Portugal destinou-se a suprir as necessidades de liquidez dessas empresas, que receberam 1.690 milhões”, disse o responsável do BEI.

Recorde-se que em 2020, chegou ao fim o programa de investimento do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, o pilar central do Plano de Investimento para a Europa (conhecido como o Plano Juncker).

“Desde o lançamento deste programa de investimento, em 2015, o Grupo BEI aprovou perto de 4.000 milhões de euros para financiar cerca de 50 projetos no país ao abrigo deste quadro, prevendo-se que venham a ser mobilizados mais de 14 mil milhões”, disse Mourinho Félix.

“Entre 2015 e 2020, Portugal foi um dos países que mais beneficiou do Plano de Investimento para a Europa, ocupando o quarto lugar em termos de investimento mobilizado por país, por milhão de euros do PIB”, salientou o responsável pelo BEI.

Este financiamento “apoia projetos que promovem a inovação e a introdução das mais modernas tecnologias, melhorando a competitividade das empresas portuguesas e contribuindo para a implementação de novos processos produtivos mais respeitadores do ambiente”, adiantou.

“Foi um ano de muito trabalho para todos, mas conseguimos apoiar muitas empresas que estão a enfrentar dificuldades decorrentes das restrições impostas pela crise sanitária.  Por este motivo, mais de metade financiamento destinou-se a mitigar os efeitos económicos causados pela pandemia e quase três quartos do financiamento foi afeto às pequenas e médias empresas, proporcionando-lhes o apoio financeiro necessário para pagarem salários e despesas e para preservar emprego. Tenho muito orgulho do trabalho que estamos a fazer por Portugal e pela Europa. Em 2020, o BEI fez muito; em 2021, faremos ainda mais para reconstruir um futuro melhor”, referiu o vice-presidente do BEI.

No ano passado, o BEI uniu novamente esforços com a IFD, atual Banco Português de Fomento, para financiar aproximadamente 150 projetos através de um programa de investimento de 400 milhões destinado a modernizar as infraestruturas para melhorar os serviços de cuidados continuados a idosos em Portugal. Os fundos serão encaminhados para entidades do terceiro sector que já prestam serviços a grupos de idosos em Portugal, nomeadamente nas áreas da saúde, alojamento e apoio social.

O responsável português explicou aqui o papel do BEI para multiplicar o investimento nas empresas com a ajuda do setor bancário. Isto porque o BEI empresta 200 milhões de euros aos bancos, que por sua vez têm de juntar um igual montante para que o empréstimo final seja, neste exemplo, de 400 milhões de euros.

Em 2020 o BEI continuou a apoiar projetos de energias renováveis, dos quais se destacou em 2020, o empréstimo de 65 milhões à EDP Renováveis para financiar a construção e exploração de dois parques eólicos com uma capacidade nominal total de 125 megawatts em Portugal.

Destaque ainda para o apoio dado em 2020 à Empresa de Electricidade da Madeira no montante de 65 milhões, com vista a garantir um abastecimento de eletricidade seguro, moderno e eficiente na Região Autónoma da Madeira, uma região portuguesa ultraperiférica.

O BEI também afetou 111 milhões de euros de financiamento à inovação das empresas portuguesas em 2020.

 

Resultados globais do Grupo BEI

O volume total de financiamento do Grupo BEI em 2020 atingiu 76.800 milhões de euros (um aumento de 6% face a 2019), dos quais 66.090 milhões foram concedidos sob a forma de empréstimos do BEI e 12.870 milhões através do Fundo Europeu de Investimento (FEI), a filial do Grupo BEI, revela em comunicado o banco europeu que tem Ricardo Mourinho Félix como vice-presidente.

Um terço do financiamento total do BEI (25.500 milhões) foi usado no âmbito da resposta imediata à crise resultante da pandemia do Covid-19. Grande parte destes fundos destinou-se às PMEs, de modo a evitar insolvências e a preservar o emprego.

“Em 2020, o BEI aumentou o investimento “verde” e afirmou-se como o Banco do Clima da UE. A percentagem de investimentos destinada a projetos de sustentabilidade ambiental e ação climática aumentou de 34% em 2019 para 40% em 2020. O banco da UE está assim mais próximo do objetivo de afetar 50% do total da sua atividade de financiamento ao combate às alterações climáticas, em conformidade com o objetivo estabelecido no Roteiro do Banco do Clima adotado pelo BEI em novembro de 2020”, refere a instituição.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) é a instituição de financiamento a longo prazo da União Europeia, cujo capital é detido pelos Estados-Membros. Concede financiamento a longo prazo para investimentos viáveis que contribuam para a concretização dos objetivos políticos da UE.

O Grupo BEI desempenha um papel fundamental através do Fundo de Garantia Europeu, um fundo de 25.000 milhões que visa mobilizar até 200.000 milhões de financiamento para as empresas europeias, privilegiando as PME.

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