O tempo é uma matéria esquiva e um ‘bem’ precioso. Quiçá com o passar do tempo lhe damos esse valor. Tempo com maiúscula, tempo com qualidade. É esse o pensamento que nos submerge enquanto o automóvel desliza, suave, pelo asfalto.
A paisagem do Barlavento algarvio desfila e quase que entra pela janela. Se quisermos invocar o sentido literal de barlavento, estamos do “lado de onde o vento sopra”, mas mal se dá por ele quando chegamos junto da “Vila Nossa Senhora das Dores”. Será um ‘oásis’, essa expressão estafada nos folhetos turísticos? Preferimos recorrer a outra palavra mais mundana, edifício. Feito num tempo lento e que respira uma tranquilidade ímpar no bulício envolvente. Sente-se o magnetismo de um local antigo onde apetece pensar num bom futuro.
Antes de dar asas ao futuro, viajamos até aos primórdios desta residência particular que se eleva sobre a Praia da Rocha, em Portimão.
Mandada construir por António Júdice de Magalhães Barros, um industrial das conservas e da cortiça que ali viveu com a mulher e cinco filhas, foi palco de glamorosas festas entre 1918 e 1924, ano em que a família se mudou para Lisboa. A história, claro, não termina aqui. Um familiar do proprietário arrendou a casa e transformou-a em hotel em 1934. Consta que terá sido o primeiro do Algarve e o nome que recebeu – e se mantém até hoje – Hotel Bela Vista, foi a fórmula encontrada para homenagear as vistas para o mar.
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