“Vou ser diruptivo: as insurtech não são disruptivas”, afirmou Stefano Bellandi, líder global da consultora PwC para a transformação digital da indústria seguradora, contrariando uma ideia várias repetida no setor. Na conferência Fórum Seguros 2018, o italiano defendeu que esta nova realidade deverá ser utilizada pelos seguradores para repensarem o negócio.
“Penso que as insurtech não são disruptivas de todo porque as novas tecnologias ajudam-nos a realizar os nossos trabalhos de forma mais eficiente”, disse Stefano Bellandi, no evento organizado pelo Jornal Económico e pela PwC, esta quinta-feira, em Lisboa.
O termo pode ser aplicado tanto a novas tecnologias dirigidas ao setor segurador, como a novas empresas tecnológicas colaborativas que trabalham para as seguradores ou com seguradores incumbentes. A emergência da tendência tem sido vista pelos agentes como um desafio, mas o responsável de transformação tecnológica prefere ver a questão do ponto de vista das oportunidades.
“As insurtech devem ser facilitadores, não mais do que isso, porque o desafio é reinventar todo o modelo de negócios tirando proveito da tecnologia”, defendeu. “Temos de repensar e reinventar o nosso negócio”.
Numa altura de mudanças no setor, Bellandi instou os seguradores a focarem-se no core business, defendendo que o importante nas mudanças é manter a relação com o cliente. “Estamos prontos para a disrupção e é isso que muda completamente o nosso trabalho”, disse. “Não é mudar o core ou resistir na preservação das empresas. O importante é estar recetivo à mudança”.
A transformação digital não trouxe ao setor dos seguros apenas as insurtech, mas também desafios relacionais com a informação, especialmente com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), que entrou em vigor em 25 de maio de 2018, em Portugal, e substituiu a antiga diretiva e lei de proteção de dados.
Bellandi coloca, no entanto, a questão do ponto de vista dos benefícios oferecidos pelos seguradores aos clientes. “Há uma troca, o cliente nos dá os seus dados, mas nós damos-lhe alguma coisa em troca. Poderão dizer: sabem tudo sobre mim, mas salvaram-me a vida. Temos que pensar no tipo de serviço que podemos oferecer aos nossos clientes”, acrescentou.
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