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Benjamin Gantz: missão impossível em haaretz Israel

A terra israelita – haaretz Israel – está praticamente ingovernável. O maior opositor a Netanyahu, Benjamin Gantz tem a missão quase impossível de formar governo. Se não o conseguir, pode estar a caminho da irrelevância política
23 Outubro 2019, 07h32

Os analistas são praticamente unânimes: o líder da coligação israelita azul e branca, Benjamin Gantz tem uma missão praticamente impossível, que lhe foi confiada pelo presidente do país, Reuven Rivlin: formar um governo em 28 dias. Pior ainda, este pode bem ser um presente ‘envenenado’ se, como tudo indica, o país tiver que passar pelo terceiro ato eleitoral em apenas um ano.

É que o partido de Gantz, o Kahol Lavan, conseguiu rapidamente uma posição importante na cena política israelita e o facto de ter conseguido transformar-se rapidamente numa ameaça à posição hegemónica que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu manteve durante mais de dez anos fez nascer a esperança que, nas últimas eleições alguma coisa estava prestes a mudar.

O certo é que pouca coisa mudou: o Kahol Lavan ganhou as eleições – conseguiu mais um lugar nmo Parlamento que o Likud de Netanyahu, 33 contra 32 assentos – mas ficou muitíssimo longe não apenas da maioria absoluta (61, o que todos sabiam impossível) mas principalmente de uma maioria confortável, a partir da qual fosse razoavelmente fácil a Gantz formar governo.

Ou seja, o Kahol Lavan parece ter chegado ao topo daquilo que vale como partido político de poder com capacidade de confronto direto com Netanyahu. Assim, os analistas começam a duvidar que, a haver novas eleições, o novo ato eleitoral possa ser um benefício para Benjamin Gantz.

Por saber está ainda outro facto: até que ponto o quase inédito apoio dos partidos árabes israelitas ao Kahol Lavan acabará ou não por afastar votos do partido. Se isso vier a acontecer, pode ser a ‘morte’ política de Gantz – e parece claro que a coligação azul e branca ‘é’ Gantz. Vistas as coisas ao contrário, e num cenário impensável até há poucos meses em que Benjamin Netanyahu não conseguiu formar governo, pode bem suceder que, num quadro de novo ato eleitoral, o ainda primeiro-ministro acabe por ter um resultado suficientemente dilatado para conseguir formar uma coligação.

A alternativa é mais um empate – o que confirmaria que Israel é neste momento um país praticamente ingovernável.

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