Um saco de boxe inteligente da Bhout, feito em Portugal, esteve em destaque naquele que foi considerado o combate do ano. Mike Tyson enfrentou Jake Paul, uma estrela das redes sociais 30 anos mais novo, e mostrou que o porquê das lendas o serem, apesar de ter perdido o combate transmitido para 60 milhões de habitações mundiais.
Apesar de várias aberturas em Portugal, como Salvador Barros, head of growth da Bhout, contou ao Jornal Económico, a startup está à procura de novo financiamento para expandir a sua atividade, na ordem dos 20 milhões de euros. Mas o processo de ativação da marca junto do combate do ano pode querer dizer que a Bhout estará pronta para voos além fronteiras.
A Bhout vai, a 27 de novembro, abrir o seu segundo clube, desta vez em Odivelas, sendo o primeiro que já conta com o saco totalmente na versão final. “Alterámos o saco imensas vezes e chegámos agora a um produto final que vamos implementar primeiramente no clube de Odivelas”, assume Salvador Barros, evidenciando todo o processo que tem sido feito com vários parceiros até chegar ao saco de boxe que atraiu milhares de pessoas – até o autarca Carlos Moedas experimentou – nesta edição da Web Summit.
Enquanto o CEO Mauro Frota fazia todo um roadshow em Dallas, local do combate entre Tyson e Paul, bem como a promoção do seu produto e tecnologia, a restante equipa fixou pés na Web Summit, aquele que ainda consideram ser um local de ajuda “pela dimensão de investor relations, dar a conhecer o produto e o feedback de utilizadores, além de dar a conhecer um bocadinho melhor a marca”.
Durante a conversa com a Bhout conseguimos perceber a razão da Web Summit ser o foco das relações com os investidores. No stand conjunto da Portugal Ventures e Unicorn Factory Lisboa, o saco destacava-se dos restantes materiais, até que um membro de um venture capital esteve a ouvir o ‘pitch’ que Salvador Barros fazia ao JE, com o objetivo de, talvez, participar na ronda de financiamento que a Bhout está a recolher.
Para já, a ambição, segundo nos confessou o head of growth, é captar 20 milhões de euros. “Neste momento estamos focados nisso. É a prioridade, mas vai depender de algumas oportunidades de mercado, e temos algumas diferentes”. Não será, certamente, surpresa o interesse captado por aquela que foi considerada uma das 200 inovações de 2023 para a revista Time.
E onde está o interesse? “No Médio Oriente temos muito interesse, e também nos Estados Unidos”. Faz então sentido que os responsáveis pelo saco inteligente estejam em Dallas a dar a conhecer o produto junto do mercado norte-americano, onde o fitness é um dos grandes chamarizes junto da população.
Mas, para já, o foco está no mercado português, onde já têm o clube da Avenida de Roma, preparam a abertura de Odivelas nos próximos dias e querem abrir Almada até ao fim do ano. “Esperamos ter, até ao final do ano, outros sete clubes em pré-vendas para a abertura entre Portugal e Espanha, sendo um deles em Madrid. Estimamos que seja até ao final do primeiro trimestre do próximo ano”, diz Salvador Barros.
E se a expansão para o país vizinho faz sentido, a Bhout quer continuar sempre olhar para o mercado nacional. “A ideia é continuar a acelerar em Portugal. Temos assinados mais 10 clubes para poder abrir com franchisados e a ideia é continuar a expandir na Ibéria durante o próximo ano, mas também começar a apontar aos Estados Unidos, ao Brasil… Aos Estados Unidos em particular com a ronda que estamos a levantar agora”.
“Pretendemos realmente tentar acelerar esse roadmap e abrir mais clubes para usarmos como um espaço para também criar relações com as nossas comunidades”, sustenta Salvador Barros. E essas comunidades vão começar a crescer, uma vez que a Bhout vai instalar os sacos, numa fase beta, em empresas no final do primeiro trimestre e as entregas deverão acelerar a partir de abril.
A convicção de Salvador Barros fica clara na conversa com o JE: “2025 será o ano dos Estados Unidos. É um mercado estratégico, onde vamos crescer e onde a nossa marca vai florescer”.
E de onde vêm estes sacos? “A produção neste momento é toda em Leiria e vai continuar a ser. Estamos a consolidar o nosso processo de produção e também a otimizá-lo. O objetivo até ao final do ano é estarmos com uma capacidade de produzir a partir das 500 unidades por mês, o que permitiria, no próximo ano, produzir entre seis mil a 12 mil unidades.
A Bhout está empenhada em crescer e fazer negócio, sendo que apenas a capacidade de produção os puxa para baixo. Ainda assim, as amarras serão quase ultrapassadas. “Foi um processo longo e tem sido um processo longo, mas temos o hardware fechado, que foi o mais difícil, e temos de nos focar no software, que nos permite ser mais ágeis”.
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