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Biden à frente de Trump. Gestão da crise pandémica e tensões raciais dão vantagem ao democrata

O atual presidente norte-americano soma uma aprovação de 41%, enquanto que o candidato democrata lidera com uma aprovação de 55%, a sua pontuação mais elevada até agora. Apesar de tudo, Trump supera Biden por ser o mais confiável para lidar com a economia: 51% confiam no presidente, 46% em Biden.
8 Junho 2020, 17h19

À medida que os protestos contra o racismo e a violência policial se preparam para sair às ruas de mais de 600 cidades nos EUA, pela segunda semana consecutiva, a data para as eleições presidenciais norte-americanas aproxima-se.

Na nova sondagem conduzida pela CNN, em parceria com o SQL Server Reporting Services (SSRS, sigla em inglês), o atual presidente norte-americano viu a sua taxa de aprovação cair 7 pontos, em maio, enquanto que o candidato democrata Joe Biden continua a subir nas preferências dos eleitores.

De forma geral, 38% aprovam a maneira como Trump está a gerir a pasta da presidência, contra 57% que desaprovam. Esse é o pior índice de aprovação do republicano desde janeiro de 2019 e é praticamente igual ao índice de aprovação de Jimmy Carter e George H. W. Bush nos seus anos de reeleição. Ambos perderam a presidência após um mandato.

Na disputa pela Casa Branca, entre os eleitores registados, Trump está 14 pontos atrás de Biden, que garantiu oficialmente delegados suficientes para ganhar a indicação democrata, de acordo com as estimativas da CNN, divulgadas este sábado. Os 41% que afirmam apoiar Donald Trump representam o valor mais baixo registado pelo canal noticioso, desde abril de 2019. Por sua vez, Biden acumula a pontuação mais elevada até agora, conquistando 55% de aprovação.

Os resultados chegaram uma semana e meia depois de Donald Trump se ter refugiado num bunker na Casa Branca quando os manifestantes se aproximavam da residência presidencial. A medida, que foi aconselhada pelos Serviços Secretos, foi altamente criticada pelos colegas republicanos e mereceu ainda uma repreensão do ex-secretário de Defesa James Mattis, que serviu sob o presidente.

A pesquisa constata ainda que o público desaprova amplamente o tratamento de Trump relativamente às  relações raciais (63% desaprova) e 65% diz que a resposta do presidente a protestos recentes foi mais prejudicial do que útil.

Os eleitores dão a Biden uma vantagem de dois a um sobre Trump no que toca à gestão da crise racial nos EUA: 63% dizem que sentem que Biden faria um trabalho melhor enquanto que apenas 31% escolhem Trump. Entre os eleitores negros, Biden é fortemente preferido: 91% dizem que seria mais competente, enquanto que 4% do mesmo grupo contraria essa tese.

Quanto à gestão da crise pandémica do novo coronavírus, Biden também supera Trump (55% a 41%) e, também, quanto à liderança do país em tempos de crise (55% a 41%).

Apesar de tudo, Trump supera Biden por ser o mais confiável para lidar com a economia: 51% confiam no presidente, 46% em Biden.

Manifestações “justificáveis”, diz maioria

O canal noticioso e a agência de recolha de dados aproveitaram o momento para fazer uma avaliação das questões raciais no país e as manifestações que as acompanham.

Uma grande maioria dos americanos, cerca de 84%, diz que os protestos pacíficos que ocorrem em todo o país devido à violência policial contra afro-americanos são justificados, enquanto que 27% considera que os protestos violentos são justificados.

Ambos os números são mais altos do que os protestos registados em 2016, que denunciavam a mesma problemática social.  Naquela altura, 67% viram protestos pacíficos como justificados, enquanto 14% validaram os protestos violentos.

Não há muita diferença racial ou partidária sobre se os protestos pacíficos são justificados agora, mas as diferenças são maiores em relação aos protestos violentos. Entre os democratas, 42% consideram os protestos violentos justificados em resposta à violência policial contra afro-americanos, enquanto que apenas 9% dos republicanos concordam. Entre os negros, 39% dizem que protestos violentos são justificados contra 23% dos brancos.

Dois terços dos americanos consideram o racismo ainda é um grande problema na América de hoje, contra 49% que subscreveram à mesma opinião numa sondagem, de 2015, realizada pela CNN em parceria com a  Kaiser Family Foundation. O aumento dessa parcela foi mais acentuado entre os negros (88% o consideram um grande problema agora, contra 66% em 2015), mas houve grandes aumentos entre os latinos (de 64% para 79%) e brancos (de 43% para 60%) também.

Também houve um aumento na parcela que afirma que o sistema de justiça criminal dos EUA favorece os brancos sobre os negros: 67% se sentem assim agora, contra 52% no outono de 2016.

A pesquisa da CNN foi realizada pelo SSRS, entre 2 a 5 de junho, e contou com uma amostra nacional aleatória de 1.259 adultos, incluindo 1.125 eleitores registados.

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