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Biden insta Senado a aprovar plano de estímulo nos EUA apesar de revés com salário mínimo

O plano para relançar a economia após a crise provocada pela pandemia nos Estados Unidos incluía provisões orçamentais para acomodar o aumento do salário mínimo para 15 dólares (cerca de 12 euros) por hora até 2025, mas a decisão da câmara alta do Congresso implica que a medida não vai ser discutida.
  • Alex Wong / Getty Images
26 Fevereiro 2021, 08h46

O Senado norte-americano chumbou na quinta-feira a discussão do aumento do salário mínimo, uma proposta incluída no plano de recuperação económica apresentado pelo Presidente Joe Biden, que exortou à aprovação rápida do pacote, apesar deste revés.

O plano para relançar a economia após a crise provocada pela pandemia nos Estados Unidos incluía provisões orçamentais para acomodar o aumento do salário mínimo para 15 dólares (cerca de 12 euros) por hora até 2025, mas a decisão da câmara alta do Congresso implica que a medida não vai ser discutida.

Ao abrigo das regras do processo de aprovação por maioria simples no Senado, a via escolhida pelos democratas para tentar fazer passar o pacote de estímulos, são proibidas provisões consideradas alheias aos objetivos políticos do diploma ou resolução apresentados.

Apesar deste primeiro revés, o Presidente norte-americano instou o Congresso a “avançar rapidamente para adotar o plano de recuperação”.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que Biden estava “desiludido” por a discussão sobre o salário mínimo ter sido afastada, mas que respeitava a decisão.

“Ele vai trabalhar com os líderes do Congresso para determinar a melhor via a seguir, porque ninguém neste país deveria trabalhar a tempo inteiro e viver em situação de pobreza”, disse a porta-voz, segundo a agência Associated Press (AP).

As declarações indicam que os democratas estarão dispostos a avançar para a adoção do plano sem esta disposição, que deverão tentar fazer aprovar em diploma distinto.

A presidente dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, anunciou no entanto que vai manter a disposição no texto que deverá ser votado naquela câmara, esta sexta-feira.

O projeto deverá ser facilmente aprovado na câmara baixa, onde os democratas estão em maioria, mas isso não impedirá o Senado de retirar a disposição.

O Governo do novo Presidente dos Estados Unidos desenhou um plano de 1,9 mil milhões de dólares (quase 1,6 mil milhões de euros), naquele que será o terceiro pacote de estímulos em menos de um ano, para estancar a queda do emprego e sustentar um tecido económico que dá sinais de rutura em vários setores.

Biden tem pela frente o seu primeiro teste de fogo político com a tentativa de aprovação do plano no Senado, esta sexta-feira.

O plano da equipa de Joe Biden inclui o envio de cheques de 1.400 dólares (cerca de 1150 euros) para cada pessoa com rendimentos até cerca de 50 mil euros por ano, que o Governo alega serem fundamentais para evitar que muitos milhares de famílias fiquem irreversivelmente endividadas.

O Governo do seu antecessor, Donald Trump, já tinha enviado cheques de cerca de mil euros (na primavera passada) e de cerca de 500 euros (em dezembro), mas nas últimas semanas aumentou a pressão pública para repetir o gesto de injetar diretamente dinheiro na economia, através do fomento ao consumo.

O plano democrata inclui também 350 mil milhões de dólares (cerca de 290 mil milhões de euros) para o poder local, que servirá de estímulo para atrair o voto de alguns senadores republicanos, que não quererão desgostar os seus constituintes.

O pacote de estímulo económico de Biden prevê ainda 246 mil milhões de dólares (cerca de 200 milhões de euros) para assistência adicional aos 11 milhões de desempregados de longa duração detetados pelas agências federais.

Estão previstos ainda 70 mil milhões de dólares (cerca de 57 mil milhões de euros) para testes e vacinas contra a covid-19.

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