Biovance Capital Fund I arranca com 51 milhões e é o primeiro fundo nacional de biotecnologia

O primeiro fundo português de saúde e biotecnologia arranca com 51 milhões de euros. Trata-se do Biovance Capital Fund I que surge como um dos maiores fundos ibéricos na área da biotecnologia, e o primeiro especializado em saúde em Portugal, marcando o primeiro coinvestimento de sempre do Fundo Europeu de Investimento (FEI) e do Banco Português de Fomento (BPF) num fundo de saúde português.

A Biovance Capital Partners é o principal investidor na área da saúde em Portugal, tendo sob gestão o fundo Biovance Capital Fund I FCRF, um novo fundo de capital de risco fechado com um total de 51 milhões de euros provenientes do Fundo Europeu de Investimento, Banco Português de Fomento e da Comissão Europeia, através dos programas Portugal Tech e InvestEU, e de investidores privados dos EUA e da Europa, avança o comunicado.

O fundo investe em empresas de biotecnologia na fase inicial em Portugal e por toda a Europa, com um foco especial no sul da Europa.

A Biovance Capital Partners anunciou em comunicado, hoje, o first closing do seu novo fundo de investimento em biotecnologia e o elevado valor “valida a estratégia do fundo em investir em empresas de biotecnologia por toda a Europa, um sector em franca expansão nesta região”.

Sendo um dos poucos fundos ibéricos exclusivamente dedicados ao investimento em empresas de biotecnologia em fase inicial, o Biovance Capital Fund I investirá em empresas que estejam a desenvolver medicamentos inovadores por toda a Europa, explica o comunicado.

Os principais investidores do fundo incluem o FEI, o Banco Português de Fomento e a Comissão Europeia, através dos programas Portugal Tech e InvestEU. Outros investidores incluem a Caixa Capital (Grupo Caixa Geral de Depósitos), a Ageas Pensões, o Fundo de Pensões EDP, e investidores privados dos EUA e da Europa.

Ana Carvalho, Presidente da Comissão Executiva do BPF, salienta, citada no comunicado, que “estamos muito satisfeitos por participar no Biovance Capital Fund I, um fundo que representa mais um passo importante no apoio à inovação em Portugal, ao disponibilizar capital essencial a empresas de biotecnologia que estão a desenvolver medicamentos e terapias disruptivas em áreas terapêuticas prioritárias”.

“Ao impulsionar a investigação biomédica estamos a contribuir para transformar o potencial científico em soluções que respondem a desafios de saúde globais, com um impacto muito significativo no bem-estar da sociedade e na economia do nosso país”, defende a CEO do BPF.

Dado o crescente interesse demonstrado por outros investidores nesta oportunidade de mercado largamente inexplorada, a equipa prevê expandir o fundo nos próximos meses até ao seu final closing.

A estratégia de investimento do fundo incidirá especialmente em Portugal e no sul da Europa, onde a qualidade excecional da investigação biomédica tem gerado um reconhecido potencial tecnológico que urge capitalizar sob a forma de novas empresas.

O fundo participará em rondas seed e Série A, com montantes entre 1,5 e 6 milhões de euros, disponibilizando capital e apoio cruciais ao desenvolvimento de novas terapias disruptivas, em áreas terapêuticas prioritárias como a oncologia, imunologia, neurologia, entre outras.

A equipa de investimento é composta por um médico e dois investigadores formados em instituições internacionais de referência, como a Harvard Medical School, o MIT e o Imperial College. “Trazem um percurso excecional nas indústrias farmacêutica e de capital de risco, do qual se destaca a recente venda de uma startup portuguesa na área do cancro, num negócio que pode gerar retornos superiores a mil milhões de euros”, avança a empresa.

Ricardo Perdigão Henriques, PhD, Managing Partner, refere, citado no comunicado, que “sendo o primeiro fundo dedicado à biotecnologia em Portugal, o Biovance Capital Fund I constitui um marco significativo no nosso ecossistema de bio-empreendedorismo”.

Na mesma nota João Inácio, MD/PhD, General Partner, diz que “na Biovance, acreditamos que o futuro da medicina está nas mãos de cientistas visionários e de inovações revolucionárias”.

“A nossa missão é capacitá-los com os recursos necessários para transformar vidas e redefinir os limites do que é possível”, defende.

“As ciências da vida e a inovação em saúde são áreas de investimento importantes para a União Europeia, onde tecnologias inovadoras têm o potencial de gerar impacto positivo em todos nós. O programa InvestEU proporciona financiamento para este importante setor e temos o prazer de estabelecer esta parceria com a Biovance Capital para ajudar a colmatar a lacuna de financiamento das empresas de biotecnologia no sul da Europa”, considera Marjut Falkstedt, CEO do FEI.