A principal criptomoeda global continua a negociar acima dos valores registados aquando da eleição de Donald Trump, mostrando resiliência num contexto de correção nos mercados financeiros. As ações, em particular as tecnológicas — historicamente correlacionadas com a BTC — têm recuado nas últimas sessões, o que reforça a dissociação recente entre ativos digitais e mercados tradicionais. Tal como o ouro, estará o Bitcoin a assumir, ainda que parcialmente, o papel de ativo de refúgio à medida que o dólar enfraquece? Tal como o ouro, o BTC não está indexado a nenhum banco central, é escasso por natureza e, para muitos investidores, representa uma proteção contra a desvalorização monetária e a instabilidade política.
As criptomoedas são geralmente classificadas como ativos especulativos, tal como o ouro, porque não oferecem qualquer rendimento direto — como juros, lucros ou dividendos. Os ganhos resultam apenas da valorização do ativo. Quem investe fá-lo com a expectativa de que o preço suba, para depois vender com lucro. Caso contrário, arrisca-se a perder dinheiro.
Apesar desta semelhança, existem diferenças fundamentais. O ouro tem mais de seis mil anos de história como reserva de valor e continua a ter alguma utilidade industrial, ainda que limitada. Já as criptomoedas têm apenas cerca de 15 anos e, em caso de colapso total, reduzir-se-iam a simples zeros e uns num computador, sem qualquer valor prático fora do mundo digital. O ouro, sendo um bem físico, mantém valor por si só. Dentro do universo das criptomoedas, há também distinções relevantes. Algumas moedas — como o Ethereum — apresentam utilidade concreta, nomeadamente na criação de tokens e NFTs.
Além disso, as criptomoedas diferenciam-se pelo seu modelo económico: há moedas inflacionistas e deflacionistas. A BTC, por exemplo, é deflacionista, com um limite fixo de 21 milhões de unidades. Já o Ethereum, apesar de ter reduzido a taxa de emissão em 2021, continua tecnicamente inflacionista por não ter um limite máximo definido.
Entre as criptomoedas, a Bitcoin é a mais conhecida e utilizada. A sua adoção tem vindo a crescer, sobretudo em países com economias frágeis e moedas altamente voláteis. Nestes contextos, surge como uma alternativa viável à moeda local — permitindo preservar valor, aceder a pagamentos digitais e escapar a sistemas bancários pouco acessíveis. Em regiões de África ou da América Latina, onde grande parte da população tem telemóvel com internet, mas não tem conta bancária, a Bitcoin tornou-se uma solução funcional.
Nas economias mais desenvolvidas, o uso das criptomoedas começou por ser maioritariamente especulativo, ligado a expectativas de lucro rápido ou a uma certa imagem de modernidade. Porém, mais recentemente, têm vindo a desempenhar outro papel: o de proteger a privacidade dos utilizadores. Com o desaparecimento progressivo do dinheiro físico, as criptomoedas oferecem uma alternativa de pagamento mais discreta e descentralizada, especialmente útil em contextos onde os pagamentos informais estão a ser limitados.
Apesar da sua crescente utilização e potencial, a volatilidade continua a ser um dos principais riscos associados às criptomoedas. As quedas recentes no valor de diversos ativos digitais vieram reforçar que, por agora, estão ainda longe de poderem substituir o dólar como ativo-refúgio em tempos de crise — uma vez que a moeda norte-americana continua a desempenhar um papel central como reserva de liquidez global.
Semicondutores – China
TSMC mantém previsão de receita após lucro superar estimativas, apesar das preocupações comerciais com Trump. A TSMC manteve a sua previsão de receita para o ano, após apresentar resultados trimestrais acima das expectativas, mesmo num contexto de crescentes preocupações comerciais ligadas a Donald Trump. O lucro líquido reportado pela empresa aumentou 60,3% face ao mesmo período do ano anterior, atingindo NT$ 361,56 mil milhões.
Saúde – EUA
A UnitedHealth surpreendeu negativamente ao anunciar uma queda “incomum e inaceitável” nos lucros trimestrais, segundo o CEO. A empresa reviu em baixa a previsão anual devido a custos médicos superiores ao esperado. As ações caíram mais de 20%, arrastando o setor. Foi o primeiro resultado negativo desde 2008, contrariando expectativas de estabilidade face à procura verificada em 2024.
Bens de Luxo – França
Vendas trimestrais da Hermès afetadas por menor procura na China, mas marca continua a superar rivais. A Hermès registou uma desaceleração nas vendas na China devido à fraca procura por artigos de luxo. Ainda assim, continua a destacar-se face à concorrência, beneficiando de uma clientela ultra-rica, cujos hábitos de consumo são menos sensíveis a crises económicas.