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Bloco de Esquerda dá recado à direita: “A vida não é para viver como um castigo”

Os recados de Pedro Filipe Soares tiveram ainda como destinatário o Governo, a quem disse que “a proposta de lei que o governo apresentou resume-se a uma única palavra: superavit”.
  • Cristina Bernardo
10 Janeiro 2020, 16h47

O líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda aconselhou a direita a “mudar de vida” e questionou se esta fazia “oposição ao Governo” ou ao país. Numa intervenção esta sexta-feira à tarde, no segundo e último dia de debate na generalidade sobre o Orçamento do Estado para 2020, Pedro Filipe Soares disse ainda que a proposta do Governo se resume a “superavit”.

“Há uma dúvida que me assola. Será que os partidos de direita desistiram mesmo deste debate? Se há opiniões em confronto, era de esperar que alguma ideia fizesse o seu caminho até este debate. Mas não. Até agora não houve uma única ideia para amostra”, começou por dizer.

O bloquista acusou a direita de criar “a fábula da maior carga fiscal de sempre e fecharam-se nela”. “Se não há nenhum imposto que aumente, como podem dizer que a carga fiscal aumenta? Estão irritados com a criação de emprego, é isso? Porque essa é a única alteração de fundo”, explicando que se traduz num aumento das receitas das contribuições sociais.

“Parece que a direita não é oposição do Governo, é oposição ao país. Passam os anos, as eleições e continuam chateados, por isso começam derrotados todos os debates. Mudem de vida, a vida não é para viver como um castigo e, desse ponto de vista, libertem-se desses fantasmas”, disse.

Os recados de Pedro Filipe Soares tiveram ainda como destinatário o Governo, a quem disse que “a proposta de lei que o governo apresentou resume-se a uma única palavra: superavit. Diz o Primeiro-Ministro que isso não é pouco e o ministro das Finanças diz que isso será quase tudo”.

“Bruxelas pode gostar de superavit, o Eurogrupo pode ficar radiante, mas a verdade é que esse dinheiro faz falta ao país. Este orçamento não é de continuidade, falha em perceber o contexto do mundo”, acrescentou.

Destacou ainda as medidas que chegou a acordo com o Governo para a especialidade, anunciado por Catarina Martins quinta-feira de manhã, salientando que “no debate da especialidade são as deputados e deputados que farão as escolhas determinantes”.

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