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Bloco de Esquerda pede ao Governo versão integral da auditoria ao Novo Banco

Requerimento da deputada Mariana Mortágua alega que relatório integral da auditoria especial ao Novo Banco é “fundamental para a compreensão dos prejuízos que têm conduzido a avultadas injeções de capitais públicos no antigo BES”.
  • Cristina Bernardo
1 Setembro 2020, 18h36

O Bloco de Esquerda pediu ao Governo a versão integral da auditoria ao Novo Banco nesta terça-feira através de um requerimento endereçado ao presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, Filipe Neto Brandão

“Ao abrigo das disposições regimentais e constitucionais, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda requer, com caráter de urgência, o envio à Assembleia da República do relatório da auditoria especial ao Novo Banco na sua versão integral, incluindo a lista de entidades codificadas”, lê-se no documento.

No texto assinada pela deputada Mariana Mortágua, o Bloco de Esquerda pede também “a divulgação pública imediata do relatório de auditoria especial ao Novo Banco, na sua versão atual”.

“O relatório da auditoria especial ao Novo Banco é fundamental para a compreensão dos prejuízos que têm conduzido a avultadas injeções de capitais públicos no antigo Banco Espírito Santo (BES)”, garante o Bloco de Esquerda, considerando que os deputados devem “ter acesso a todas as informações relevantes, mas também transparência no processo”.

“Por um lado, o relatório foi expurgado de informações importantes relativas às entidades envolvidas nas operações de crédito do BES e Novo Banco. Por outro, e apesar de não conter nomes ou outras informações de carácter sensível, a sua classificação enquanto “confidencial” impede, de forma injustificada, a sua divulgação”, aponta o Bloco de Esquerda.

A ausência de informação foi destacada, em declarações a jornalistas na Assembleia da República, por Mariana Mortágua nesta terça-feira, garantindo que a auditoria “não tem uma resposta, neste momento, para a gestão privada do Novo Banco, em que os prejuízos são pagos com dinheiro do Estado”.

“O Parlamento continua sem saber, quando analisa operações de crédito efetuadas pelo BES e por Ricardo Salgado, quem foram os clientes que beneficiaram dessas condições de crédito”, disse Mariana Mortágua.

Apesar dessa falta de dados, foi possível à deputada do Bloco de Esquerda concluir que “o negócio foi ruinoso do princípio ao fim, [a auditoria] confirma que foram tomadas más decisões políticas, confirma obviamente a responsabilidade da anterior gestão do BES e de Ricardo Salgado”.

Na madrugada desta terça-feira, a Deloitte divulgou a auditoria que esteve a realizar aos atos de gestão no BES e Novo Banco, que abrange um período de 18 anos. No documento enviado ao Ministério Público, é revelado que entre 4 de agosto de 2014 e 31 de dezembro de 2018 o banco perdeu 4.042 milhões de euros em 283 operações.

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