O Orçamento do Estado para 2022 está a ser debatido, esta terça-feira, no Parlamento e o Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista Português (PCP), que já anunciaram votar contra o documento na generalidade, renovaram as críticas ao Governo.
À Esquerda, a coordenadora do Bloco de Esquerda considerou que: “Se amanhã[António Costa] não tiver um orçamento aprovado é porque não quer”. Na perspetiva do BE o “Governo substituiu a negociação pelo ultimato” e tem forçado a “a esquerda a abandonar o seu programa e o seu mandato”. “E é mesmo isso que tenta fazer, através da chantagem da crise política”, completou.
No entanto, apesar das “chantagens”, a bloquista sublinhou que “o governo sabe bem que é minoritário e que está obrigado a negociar”. “A sua crescente intransigência nas negociações orçamentais tem apenas um objetivo: proteger as regras da troika que ainda permanecem e que condenam o nosso país a baixos salários e baixas pensões. A direita pôs as regras na lei”, completou Catarina Martins que também defendeu o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Por sua vez, o primeiro-ministro, António Costa, respondeu a Catarina Martins, que o Orçamento “tem um aumento histórico de pensões”, viabiliza a subida do salário mínimo e “resolve problema estrutural do SNS”.
Do lado do PCP, o líder comunista, Jerónimo de Sousa considerou que com o atual Orçamento “Portugal arrisca ficar para trás” em matérias do salário mínimo. “Desde 2020 que o PCP tem a sua proposta do aumento do salário mínimo nacional para os 850 euros. Em Espanha o salário mínimo está a caminho dos mil euros. Na Alemanha é de dois mil euros. Portugal arrisca ficar para trás”, referiu o líder do Partido Comunista”, sublinhou Jerónimo de Sousa.
Jerónimo de Sousa recordou que o partido chegou “a propor que se começasse o ano de 2022 com 750 euros. O Governo manteve a mesma proposta de março deste ano. Não é com as opções que o Governo fez e faz que havemos de tirar o país da diferente situação em que se encontra”.
Em resposta ao líder comunista, António Costa afirmou que o “Salário mínimo será sempre inferior” ao desejado. “O salário mínimo será sempre inferior àquilo que todos nós desejávamos e por isso temos de ter uma medida relativa para saber se o copo está a encher ou esvaziar”, destacou o primeiro-ministro.
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