[weglot_switcher]

Bloomberg: Fundo de pensões canadiano em negociações por 40% do negócio de fibra ótica da Altice Portugal

Um acordo de venda de 100% do negócio de fibra ótica da Altice Portugal poderá ser possível com valores entre os três mil milhões de euros e os quatro mil milhões de euros.
10 Dezembro 2019, 08h51

Um consórcio que inclui o fundo de pensões canadiano Omers está na ronda final para adquirir uma posição de 40% do negócio de fibra ótica da Altice Portugal, de acordo com a Bloomberg. A agência de informação económica avança ainda, sem identificar, que há outro grupo interessado em comprar 100% da rede de fibra ótica da Altice Portugal, que poderá estar avaliada entre três mil milhões de euros e quatro mil milhões de euros.

A Omers é um dos maiores fundos de pensões do Canadá, com sede na cidade de Toronto. De acordo com fontes próximas do negócio, citadas pela Bloomberg, as negociações entre o consórcio que inclui a Omers e a Altice Europa, que integra a Altice Portugal, “avançaram nas últimas semanas, depois de terem estado paradas”.

O consórcio de investidores apoiado pela Omers tem interesse em apenas 40% do negócio de fibra da Altice Portugal. Mas, segundo as mesmas fontes, haverá outra entidade interessada em adquirir 100% da rede de fibra ótica da Altice em Portugal.

Contudo, ainda nenhum acordo terá sido alcançado e não há garantias que as negociações “não caiam”, escreve a Bloomberg. Um acordo de venda de 100% do negócio de fibra ótica da Altice Portugal poderá ser possível com valores entre os três mil milhões de euros e os quatro mil milhões de euros.

“Estamos calmamente a analisar ofertas, sem pressão”
Neste último ano, o lançamento da venda do negócio de fibra ótica da Altice Portugal tem provocado várias ondas no setor das telecomunicações, desde logo pela forma como a concretização da operação pode contribuir para a abertura do mercado telco nacional a novos operadores. Contudo, contrariando o sentimento inicial de que a Altice teria de vender rapidamente a sua unidade de infraestruturas de fibra ótica, para que o grupo de Patrick Drahi aliviasse a sua dívida total e recuperasse a confiança do mercado, ao dia de hoje o sentimento é de acalmia.

A última referência que o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, fez sobre a venda da fibra foi em novembro, aquando da apresentação das contas da empresa relativas ao terceiro trimestre. Alexandre Fonseca disse existirem “propostas muito interessantes”, mas que a empresa estaria “calmamente a analisar essas ofertas”.

“Não temos pressão […] Estamos a aguardar que haja uma propostas win-win para todos”, frisou. Questionado pelo perfil dos interessados, Alexandre Fonseca explicou serem infrastructural funds (fundos de infraestruturas em português) e especialistas em ativos de tecnológicas que não sejam fundos.

Foi no final de fevereiro deste ano que a Altice abordou formalmente o mercado para vender a sua rede de fibra ótica em Portugal. Tal como noticiou o JE à época, a infraestrutura foi avaliada por analistas em entre três e quatro mil milhões de euros, embora fontes de mercado tenham indicado que a Altice não venderia o negócio da fibra por menos de cinco mil milhões, por existirem avaliações superiores.

Nesse mês, o grupo de Patrick Drahi enviou um memorando aos potenciais compradores, fundos de capital de risco e outros investidores institucionais, através da assessora financeira francesa Lazard, mas sem referir a percentagem de capital colocada à venda.

Apesar da intenção de venda, o grupo francês liderado por Patrick Drahi pretende manter o controlo operacional da rede de fibra, que até ao final de 2020 deverá chegar a 5,3 milhões de lares portugueses, disponibilizando serviços de voz fixa, internet em banda larga e televisão por subscrição.

A dona da Meo, inicialmente, quereria concretizar a alienação até ao fim do ano. Em abril, havia três candidatos que se preparavam para avançar com propostas vinculativas para comprar a rede de fibra ótica da dona da Meo. Entre eles a espanhola Cellnex e a DST em parceria com o Fundo Cube.

A Altice Portugal chegou a avançar que uma decisão final sobre a concretização da operação seria dada a conhecer no final do primeiro semestre do ano, contudo, durante o verão a mensagem transmitida foi de que não haveria urgência em alienar o negócio.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.