Mova-se com menos energia e mais saúde!
O sector dos transportes é, há várias décadas um dos principais responsáveis pelo aumento das emissões de poluentes atmosféricos, com reflexos diretos na qualidade do ar que se tornou prejudicial para os seres vivos, para além de uma fonte de ruído.
Só em 2016, este setor foi responsável por 37,7% do consumo de energia final do nosso país (Fonte: Observatório da Energia), sendo que grande parte desse consumo ainda provém de combustíveis fósseis, designadamente do petróleo e do gás natural.
Será que fazemos sempre a escolha certa em termos de mobilidade?
São várias as soluções para nos movermos entre o ponto A e o ponto B, dependendo a nossa escolha de vários fatores, onde na maioria das vezes, prevalece a vertente económica e a comodidade, sem esquecer a disponibilidade dos meios.
Atualmente temos à nossa disposição um conjunto de plataformas (website e/ou app) que nos dão informação útil sobre os meios e/ou percursos a considerar para determinada deslocação, ou até, que nos ajudam a decidir qual o percurso a realizar para chegarmos ao nosso destino, considerando variáveis como a duração, o número de transbordos, o custo, entre outros. A ADENE – Agência para a Energia, lançou um planeador de percursos no país muito inovador, onde o viajante pode selecionar a melhor combinação de modalidades de transporte que minimizam a sua pegada de carbono, capacitando-o para tomar as melhores decisões de mobilidade, no sentido de uma mudança de comportamentos informada no sentido da adoção de modalidades mais suaves do ponto de vista ambiental. Para ajudar o viajante na sua transição para a mobilidade elétrica, a ADENE, lançou ainda um simulador deste tipo de mobilidade no portal Cinergia, que permite comparar uma viagem com um veículo elétrico e um veículo a combustão interna, para decidir qual o que se adapta melhor às necessidades e exigências do utilizador.
De entre as soluções de mobilidade através de viaturas ligeiras, tem-se promovido a utilização dos veículos elétricos ou híbridos (motor de combustão interna e um motor elétrico), como alternativa aos veículos com motor de combustão que recorrem a derivados de combustíveis fósseis, designadamente, a gasolina, o gasóleo, e o GPL. Esta promoção tem-se manifestado num aumento significativo da procura de veículos puramente elétricos ou híbridos por parte dos portugueses.
De acordo com a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, a quota de mercado em 2018 dos veículos 100% elétricos atingiu os 3% até o mês de setembro, colocando Portugal no 3º lugar ao nível da União Europeia, só ultrapassado pela Holanda e Áustria. Acresce ainda que, em setembro de 2018, a venda de veículos elétricos em Portugal já ultrapassou em 32,4% o total de vendas em relação aos 12 meses de 2017.
O Estado, através do programa ECO.mob (Programa de Apoio à Mobilidade Elétrica na Administração Pública), também está a dar o exemplo, prevendo a introdução de 1.200 veículos elétricos ligeiros na sua frota até 2023, numa ótica de substituição gradual do parque automóvel. Desde 2017 que o ECO.mob está a ser implementado, tendo já sido distribuídos cerca de 170 veículos elétricos.
Considerando apenas os custos de operação, a utilização de veículos elétricos a médio e longo prazo apresenta vantagens a nível económico e ambiental relativamente aos veículos equivalentes, mas de combustão interna.
Comparativamente com um veículo a gasóleo, um ano de utilização de um veículo elétrico permite obter uma redução nos custos na ordem dos 75%, o que equivale a cerca de 1.200 euros.
Embora os veículos elétricos representem à primeira vista, uma enorme evolução para a redução da dependência do petróleo e consequente redução das emissões de CO2, deve ter-se em conta a fonte utilizada para produzir a energia elétrica no país. Ou seja, se o país produzir energia elétrica maioritariamente a partir de fontes de energia renovável, pode dizer-se que o veículo elétrico tem emissões quase nulas, o que não ocorre (ainda) em Portugal.
E você, como se desloca no seu dia-a-dia?
Existem alternativas ao transporte individual motorizado, seja de combustão interna ou elétrico, que permitem economizar dinheiro, poupar o meio ambiente e contribuir para uma menor pressão no espaço urbano, lembrando que “o melhor meio de transporte é aquele que não polui”:
Recorra aos transportes públicos. Na generalidade, é a melhor alternativa ao transporte individual motorizado. Sempre que possível desloque-se de autocarro, metro, elétrico ou comboio, pois além de reduzir o consumo de energia e as emissões de poluentes, é também mais económico.
Privilegie os modos suaves de mobilidade. Municípios como Aveiro, Lisboa, Braga, Porto e Cascais,entre outros, têm investido em ciclovias e em sistemas de aluguer de bicicletas para se deslocar. Este é um dos meios mais rápido, económico, silencioso e menos poluente para deslocações em centros urbanos. E para distâncias mais curtas pode sempre deslocar-se a pé. Esta é a forma mais ecológica e a que produz mais benefícios para a vida, para a sua saúde e para a melhoria da qualidade ambiental. No portal Cinergia da ADENE, consegue aceder, em tempo real, ao estado da rede de ciclovias e de bicicletas partilhadas em operação em Lisboa, o que beneficia a escolha de mobilidade mais informada.
Caso tenha mesmo que se deslocar de carro:
Partilhe o carro. Sempre que possível, partilhe a sua deslocação de carro com amigos, colegas e familiares. Ao usarem apenas um carro, poupam o ambiente e partilham as despesas entre todos.
Conduza de forma ecológica. Durante a condução deve evitar-se acelerações e travagens bruscas, pois uma condução cuidada reduz o consumo de energia e evita acidentes. Deve também verificar-se periodicamente a pressão dos pneus, já que uma pressão adequada aumenta a segurança e reduz os consumos.
Planeie a viagem. Utilize aplicações para verificar o percurso mais curto e com menos tráfego. Este tipo de aplicações para além de pouparem tempo e dinheiro ainda ajudam a reduzir as emissões de CO2.
Sabia que….
Com uma condução ecológica, além de estar mais seguro pode reduzir os consumos do veículo até 15%;
Já existem carros com sistemas de GPS (Sistema de Posicionamento Global) integrados que indicam a rota com menor consumo de energia e que atualizam o trajeto caso exista congestionamento;
Em média, são precisos 60 carros para transportar 75 pessoas, que é a lotação normal de um autocarro;
Já existem carros elétricos com autonomias de 600 km;
Além de autocarros elétricos com baterias, também existem outras tecnologias alternativas em autocarros, como os que funcionam a gás natural, ou a biocombustíveis ou a hidrogénio;
Os veículos a gasóleo podem deixar de ser vendidos na Europa até 2040, sendo substituídos por outras tecnologias, incluindo os veículos elétricos.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com