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Boeing: Alarmes contra falhas de software do 737 Max eram vendidos como extra

Os dois aviões que caíram em menos de seis meses não tinham nenhum destes dispositivos instalados nas cabines dos pilotos, porque a empresa os vende como um elemento extra.
22 Março 2019, 10h43

A ausência de instalação de alarmes terá sido a causa para a queda dos aviões da Ethiopian Airlines e Lion Air. Estes dispositivos que deveriam estar colocados nas cabines dos pilotos não se encontravam em nenhum dos aviões destruídos, porque a Boeing vende-os como um extra, de acordo com o jornal “Expansión” que cita o “The New York Times” esta sexta-feira.

A empresa americana já veio dizer que vai resolver o problema instalando o alarme no novo avião 737 MAX e nos 350 existentes. Quando os dois sensores do ‘ângulo de ataque’ transmitem informações inconsistentes, é sinal de que um deles não está a funcionar corretamente, e um aviso é dado aos pilotos.

Esse ângulo de ataque é o ponto principal na fase do levantamento do avião, já que se o nariz estiver muito alto, poderá fazer com que entre em descida. O software da Boeing, conhecido como MCAS, interpretou que o nariz estava muito alto e colocou-o na posição de descida, o que causou os dois acidentes.

Entre as companhias aéreas que não possuem esta segurança extra está a norueguesa Norwegian, que é a principal cliente europeia da Boeing com 18 unidades e aguarda a entrega de mais 110 aviões.

Na quinta-feira, a Ethiopian Airlines explicou que o piloto do acidente que vitimou 157 pessoas recebeu treinos específicos no 737 MAX 8 em simuladores. O problema é que a Boeing não inclui o MCAS nesse tipo de treino. De acordo com a “Reuters” a caixa negra do voo 610 da Lion Air em outubro registou nos 20 segundos antes da colisão a voz dos dois pilotos a procurarem desesperadamente no manual do avião uma solução para a falha do sistema.

O FBI juntou-se às investigações do Governo e do Congresso dos EUA sobre possíveis irregularidades no processo de certificação de segurança dos aviões, que é tratado pela Administração Federal de Aviação (FAA na sigla inglesa).

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