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Bolsa acompanha leves perdas europeias após corte nos juros

O corte não surpreenderam os mercados, que mantiveram a tendência das primeiras horas da sessão, quando já estavam a negociar em terreno negativo. Em Lisboa, a Mota-Engil fechou a cair 7% e liderou as perdas.
PSI mercados
17 Abril 2025, 16h51

As bolsas europeias encerraram a sessão de quinta-feira com perdas inferiores a 1%, na sequência de o BCE anunciar um novo corte nos juros, em linha com o que era esperado pelos mercados.

Lisboa seguiu pelo mesmo caminho, já que o índice PSI perdeu 0,11%, até aos 6.738 pontos, castigado sobretudo por uma desvalorização de 7,16% nas ações da Mota-Engil, até aos 3,268 euros. Em causa parecem estar sinais de trading realizado por fundos que se focam em investimentos de risco.

Seguiu-se a derrapagem de 1,90% no BCP, para 0,5358 euros. O único banco cotado no índice de referência de Lisboa seguiu o sentimento geral do setor, um pouco por toda a Europa.

Em sentido oposto, a Ibersol avançou 1,59% e os títulos fecharam o dia nos 8,94 euros, ao passo que a REN avançou 1,43% até aos 2,84 euros. Ao mesmo tempo, houve um acréscimo de 0,77% na EDP, até aos 3,265 euros.

No exterior, registaram-se contrações de 0,60% em França, 0,53% na Alemanha, 0,20% em Itália e 0,17% em Espanha, ainda que o Reino Unido tenha fugido à regra, ao somar 0,09%. O índice agregado Euro Stoxx 50 contraiu 0,58%.

O dia ficou marcado pelo sexto corte consecutivo nas taxas de juro de referência definidas pelo BCE, uma vez mais na ordem de 25 pontos base. O anúncio foi feito pela presidente do banco central, Christine Lagarde, ao início da tarde desta quinta-feira e não surpreendeu os mercados, que já durante a manhã estavam a negociar no ‘vermelho’, no caso das praças europeias.

Nos futuros, o Brent sobe 2,44% até aos 67,46 dólares por barril, ao mesmo tempo que o crude se adianta 2,75% para 64,19 dólares por barril.

As principais praças europeias encerraram em baixa na última sessão de uma semana mais curta. A marcar o dia esteve a reunião do BCE, onde foi anunciada uma nova redução de juros, com a taxa de depósito a descer dos 2,50% para os 2,25%”, assinala-se na análise do Departamento de Mercados Acionistas do Millenium Investment Banking.

“A presidente do banco central, Christine Lagarde, destacou uma “incerteza excecional” derivada das tensões comerciais, que poderá afetar negativamente o crescimento da Zona Euro, reduzindo exportações, investimento e consumo”, acrescentam os analistas, antes de um olhar aos prováveis futuros cortes até final do ano.

“O BCE eliminou também o termo “restritivo” da sua comunicação, sinalizando abertura para novos cortes, com os mercados a anteciparem até três reduções adicionais nos juros, de 0,25% cada, até ao final do ano”, aponta-se.

Deixando para trás a vertente macroeconómica, “no plano setorial, o setor tecnológico e o de construção estiveram entre as maiores perdas, devido ao seu caráter mais cíclico. Já o energético beneficiou da subida dos preços do petróleo”, de acordo com a mesma análise, que olha também ao mercado nacional.

“Em Portugal, o índice nacional acompanhou a tendência negativa europeia, com Mota-Engil a liderar as perdas, seguindo os ventos do respetivo setor. A NOS negociou pelo último dia com direito a dividendo, com uma yield próxima dos 10%”, acre.

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