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Bolsa de Lisboa pode vir a perder terceira cotada este ano

Os pedidos de perda de qualidade de sociedade aberta tem sido recorrentes na Bolsa de Lisboa. Desde o início do ano, duas cotadas anunciaram a saída do mercado bolsista e a Toyota Caetano veio esta semana revelar também essa intenção, que terá de ser deliberada entre acionistas.
10 Agosto 2019, 15h21

A Toyota Caetano Portugal anunciou esta sexta-feira que está a deliberar uma eventual saída da Bolsa de Lisboa. A empresa, detida em 68% pela Salvador Caetano Auto, agendou uma assembleia-geral para 30 de agosto para que os acionistas deliberem a perda da qualidade de sociedade aberta da empresa. A confirmar-se a intenção, esta é a terceira cotada a abandonar o mercado bolsista este ano.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Toyota Caetano explica que a Bolsa de Lisboa já não “constitui um mecanismo de financiamento dos capitais próprios” da empresa. Caso seja aprovada a saída do mercado bolsista, a sua maior acionista, a Salvador Caetano Auto, compromete-se a pagar 2,80 euros por ação aos acionistas minoritários. O valor corresponde ao preço médio das ações nos seis meses antes do anúncio.

Os pedidos de perda de qualidade de sociedade aberta tem sido recorrentes na Bolsa de Lisboa. Desde o início do ano, duas outras cotadas anunciaram a saída do mercado bolsista: a Compta – Equipamentos e Serviços de Informática e a SAG Gest – Soluções Automóveis Globais.

A justificar os pedidos de saída da Bolsa de Lisboa está sobretudo o facto de o capital das cotadas se encontrar apenas concentrado num grande acionista. Além disso, a negociação na bolsa de valores obriga a exigências regulamentares e tem custos acrescidos.

A Compta – Equipamentos e Serviços de Informática decidiu sair da Bolsa de Lisboa em julho, depois de a perda da qualidade de sociedade aberta ter sido aprovada em assembleia-geral por unanimidade. A Bradloop, dona da Compta, detinha 69% do capital da empresa, enquanto o BCP detinha 22%. O capital disperso por outros acionistas minoritários correspondia então a apenas 8,6%.

Já a SAG Gest – Soluções Automóveis Globais aprovou a saída da Bolsa de Lisboa, após a venda da SIVA à Porsche Holding Salzburg, no início de maio.

Em 2017, foram oito as cotadas que deixaram de negociar ações na Bolsa de Lisboa: Luz Saúde, Transinsular, BPI, Sumol-Compal, Cipan, SDC-Investimentos, Caixa Económica Montepio Geral e Cimpor.

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