[weglot_switcher]

Bolsas à deriva em plena época de resultados. Investidores reagem a acordo nas tarifas

Os principais índices europeus mostraram indefinição na sexta-feira, com os resultados de determinadas empresas em foco. O acordo entre UE e EUA no âmbito das tarifas vai gerar reações entre os mercados.
28 Julho 2025, 07h00

As principais bolsas europeias viveram uma sexta-feira de sentimento indefinido, com os resultados a mexerem nas negociações. Lisboa seguiu pelo mesmo caminho, castigada pela reação aos resultados de REN e Navigator. Esta segunda-feira, os investidores de todo o mundo reagem ao acordo estipulado entre UE e EUA, que determina uma série de novos dados.

Entre as principais praças europeias, o setor do luxo esteve em alta, com valorizações de 3,92% e 4,43% nas francesas Louis Vuitton e Kering, respetivamente. A indústria automóvel seguiu pelo mesmo caminho, guiada pela valorização de 3,55% na alemã Volkswagen, a que se juntou a subida de 3,14% nas ações da Stellantis, que está cotada em França e Itália.

Neste contexto, o CAC 40, em França, subiu 0,21%, ao passo que o FTSE Mib, de Itália, ganhou 0,30%. Em sentido oposto, houve decréscimos de 0,20% no Reino Unido, 0,25% em Espanha, 0,43% na Alemanha. O índice agregado Euro Stoxx 50 representou ainda melhor a sensação de indefinição, na medida em que contraiu somente 0,10%.

Por cá, o PSI contraiu 0,39% e ficou-se pelos 7.706 pontos. De entre as cotadas que perderam terreno, a descida mais acentuada foi protagonizada pela Navigator, que caiu 5,16% até aos 3,09 euros por ação. Ao mesmo tempo, a REN derrapou 4,38% e ficou-se pelos 3,09 euros.

Ambas apresentaram contas na quinta-feira, sendo que a primeira registou um tombo de 46% nos lucros, ao passo que a segunda viu uma subida de 35% no mesmo indicador. É notório que os mercados esperavam mais das contas apresentadas, referentes ao primeiro semestre.

Também em perda ficou a Semapa, que recuou 1,59% até aos 17,34 euros, a par do BCP, que perdeu 0,78% para 0,6884 euros. Ao mesmo tempo, o corte de 77% nos lucros registados pela Altri não foi tão penalizador para a empresa, no que diz respeito à capitalização, já que desvalorizou “apenas” 0,41%, até aos 4,905 euros.

Por outro lado, o grupo EDP registou as subidas mais significativas. Foi o caso da casa-forte, que se adiantou 1,62% até aos 3,833 euros por título, assim como da EDP Renováveis, que somou 1,08% para 10,33 euros.

Tarifas e resultados no centro das atenções

O prazo decretado por Donald Trump referente às tarifas alfandegárias termina na sexta-feira, quando as mesmas, anunciadas pelos Estados Unidos da América, deverão entrar em vigor caso não haja fumo branco nas negociações com os parceiros comerciais. Ora, no caso da UE, o respetivo acordo já foi posto preto no branco.

Os EUA vão passar a aplicar tarifas de 15% às importações de bens que chegam dos Estados-membros da UE. Em simultâneo, o bloco europeu, por intermédio de Ursula Von der Leyen, compromete-se a investir 600 mil milhões de dólares nos EUA (incluindo em equipamento militar), assim como 750 mil milhões de dólares em energia produzida nos EUA, nos próximos três anos.

De resto, fica a faltar um acordo específico entre as duas partes referentes ao mercado dos chips semicondutores. O presidente dos EUA garantiu que a tarifa de 50% sobre metal e alumínio se mantém em vigor, o que penaliza de forma severa o mercado automóvel.

Adicionalmente, gigantes empresariais vão apresentar contas ao longo da semana. É o caso da EssilorLuxxotica, nesta segunda-feira.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.