Bondalti manterá a sede da Ercros em Barcelona e retirá-la-á da bolsa caso a sua OPA seja bem-sucedida

A empresa portuguesa Bondalti Ibérica planeia manter a sede social e operacional do grupo Ercros em Barcelona e espera retirar as suas ações da bolsa caso a sua oferta de aquisição sobre o grupo químico espanhol seja bem-sucedida. O período de aceitação da oferta deverá iniciar-se no próximo mês de janeiro.

O Bolsamani noticia que a decisão de a empresa do Grupo José de Mello se instalar na capital catalã reflete um compromisso com a base industrial da região, que alberga as principais fábricas da empresa e é o polo ibérico do setor.

A Bondalti, que anunciou uma OPA sobre a espanhola Ercros a 9 de julho de 2024, recebeu aprovação, sujeita a determinadas condições, da Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários e da Concorrência (CNMV) de Espanha para adquirir o controlo total da Ercros através de uma oferta pública de aquisição não solicitada.

A transação aguarda atualmente a publicação do prospeto pela CNMV, etapa final necessária para a sua implementação. Após a publicação do prospeto, inicia-se o período de aceitação da oferta.

A oferta pública de aquisição apresentada pela empresa portuguesa avalia a empresa catalã em aproximadamente 320 milhões de euros, ou 3,505 euros por ação, de acordo com o preço proposto.

O objetivo dos candidatos a novos proprietários é retirar a empresa da Bolsa de Espanha, em linha com o seu modelo de gestão privada.

O Bolsamania escreve que o preço das ações da Ercros está a ser suportado pela oferta pública de aquisição lançada pela Bondalti, dado que, sem esta operação, o preço das ações seria significativamente mais baixo.

“É a oferta pública de aquisição que está a manter o preço; o valor nunca esteve acima das ofertas, nem mesmo quando havia dois concorrentes”, apontaram estas fontes citadas pelo jornal espanhol, referindo-se ao grupo industrial italiano Esseco, controlado por San Martino.

A oferta pública de aquisição da Bondalti pela Ercros visa adquirir 75% do capital da empresa, uma vez que este limite facilita o controlo que possibilita uma integração mais eficaz.

A Autoridade da Concorrência impôs compromissos que, na prática, diminuíram o valor da empresa, segundo o espanhol Bolsamania.