O primeiro-ministro britânico vai avançar com um novo pedido de eleições, através do mecanismo da Lei dos Mandatos Parlamentares Fixos, para 12 de dezembro.
Segundo o The Guardian, esta quinta-feira, Boris Johnson irá fazer a proposta na próxima segunda-feira para que seja votada, depois, na terça. A essa data, já deverá ter sido concedido um adiamento do Brexit, visto que os líderes europeus deverão anunciar a sua decisão esta sexta-feira.
Porém a concretização de eleições poderá não ser fácil já que, para que a moção seja aprovada, os conservadores precisam de dois terços dos parlamentares e por isso precisam de uma boa fatia da oposição trabalhista – pelo menos 85, segundo as contas dos analistas políticos britânicos.
O jornal britânico avança ainda que o líder da oposição Jeremy Corbyn já foi informado e avisa que os trabalhistas terão uma ultima oportunidade para analisar a proposta aprovada por Bruxelas para que seja aprovada a dia 6 de novembro. O Labour tem repetido que recusa a ida a eleições por temer um cenário de no deal. Contudo, se o adiamento do Brexit for entretanto concedido esta sexta-feira, o primeiro-ministro espera assim desarmar Corbyn na segunda-feira e instá-lo a votar favoravelmente à ida às urnas.
Numa entrevista à BCC News, esta-quinta, Johnson afirmou: “A maneira de concluir o Brexit é ser-se razoável com o parlamento e dizer que se realmente quiserem mais tempo … podem ficar com ele, mas precisam concordar com uma eleição geral a 12 de dezembro”, anunciou. “Dar-lhes-emos todo o tempo que precisam para escrutinar o acordo até o Parlamento ser dissolvido”, acrescentou, referindo-se assim à proposta feita pelo Partido Trabalhista esta semana de alterar o calendário de análise do acordo em troca de eleições antecipadas.
A uma semana do fim do prazo estipulado para a saída do Reino Unido do bloco europeu, tudo indica que o divórcio entre Londres e os 27 vai acontecer nos termos de Boris Johnson: a 31 de outubro e com acordo.
A garantia foi dada à Reuters, esta quinta-feira, por uma fonte próxima do governo em Downing Street. “Isto acaba connosco a sair com o acordo do primeiro-ministro”, adiantou. “Vamos sair com acordo, com o acordo do primeiro-ministro”.
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