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BPF ultrapassa meta do PRR para 2023 ao contratar 864 milhões do FdCR

O Banco Português de Fomento revelou que contratou 864 milhões dos 1.300 milhões de euros do FdCR, 214 milhões de euros acima da meta do PRR prevista para 2023.
A presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento, Ana Carvalho, fala durante a sua audição perante a Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa, 11 de janeiro de 2023. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
5 Janeiro 2024, 12h28

“O Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), lançado no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e gerido pelo Banco Português de Fomento (BPF), alcançou um marco significativo no final de 2023″, revelou em comunicado o Banco Português de Fomento (BPF).

Com uma dotação global inicial de 1.300 milhões de euros, “o fundo terminou o ano com 864 milhões de euros em operações contratadas, representando 67% da dotação global e superando em 214 milhões de euros (cerca de 33%) a meta de 650 milhões de euros, prevista no Acordo Operacional do PRR reprogramado”, revela o banco liderado por Ana Carvalho.

Em jeito de balanço do ano, o BPF diz que até 31 de dezembro de 2023, aprovou operações que totalizam 1.006 milhões de euros através de quatro programas – Consolidar, Recapitalização Estratégica, Venture Capital e Deal-by-Deal – representando 76% da dotação total do Fundo de Capitalização e Resiliência. Do total, 864 milhões de euros foram contratualizados, com mais de 779 milhões destinados às sociedades de capital de risco para investimento em empresas e 108 milhões de euros correspondentes a investimento direto e indireto do FdCR, já entregues a 20 empresas.

“Estas empresas, com atividade em setores muito diversificados como Alimentar, Aquicultura, Carpintaria, Construção, Energias Renováveis, Engenharia, Indústria, Moldes, Têxtil (Automóvel), Têxtil (Lar), Têxtil (Vestuário) e Turismo, estão distribuídas por todo o país, nomeadamente, na região Norte (Barcelos, Braga, Guimarães, Lousada, Maia, Matosinhos, Póvoa do Varzim, Porto, Santa Maria da Feira, Trofa, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia), na região Centro (Abrantes, Leiria e Murtosa), na região de Lisboa e na região da Madeira (Funchal)”, revela o banco promocional.

Já para os próximos 24 meses, ou seja, até ao final de 2025, o BPF, juntamente com 19 sociedades gestoras já contratadas, “irão potenciar a disponibilização às empresas, de 23 Fundos de Capital de Risco”.

Estes fundos, que ascendem a um montante total, público e privado, de 1.440 milhões de euros, “contribuirão para otimizar a distribuição de recursos, promovendo o investimento em empresas inovadoras e dinâmicas”.

O Banco de Fomento ressalva que “considerando que, à data de hoje, ainda há contratualizações a formalizar, perspectiva-se que possa aumentar para 22 o número de sociedades gestoras e o total de fundos para 26, com a celebração de três novos contratos com sociedades aprovadas no âmbito do Programa de Venture Capital”.

No balanço do desempenho do FdCR, Ana Carvalho, CEO do Banco Português de Fomento, realça que “em 2023, o Banco Português de Fomento superou as metas de PRR estabelecidas, ao contratar mais de 860 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência, 214 milhões (33%) acima do objetivo de 650 milhões estabelecida no Acordo Operacional do PRR reprogramado”.

“A diversificação da distribuição dos apoios (direta pelo Banco Português de Fomento e indireta pelas sociedades que já contrataram as operações nos Programas Consolidar e Venture Capital) é fundamental para acelerar e disseminar o apoio às empresas emergentes e em crescimento em Portugal, através de instrumentos de capital de risco”, acrescenta Ana Carvalho.

Quais os programas de investimento indireto onde foram contratados 779 milhões de euros em 2023?

Programa de Venture Capital com uma dotação global de 400 milhões de euros. O BPF assinou contratos com 12 Sociedades de Capital de Risco (SCR), para participação em fundos de capital de risco, num montante total de investimento público e privado de 467,25 milhões de euros, dos quais 301 milhões de euros serão investidos pelo FdCR, correspondendo a 75% da dotação total do programa.

Recorde-se que o Programa de Venture Capital destina-se a apoiar o investimento em empresas prioritariamente nas fases de arranque, através da subscrição de fundos de capital de risco geridos por intermediários financeiros – Sociedades de Capital de Risco, Sociedades Gestoras de Capital de Risco, ou entidades equivalentes.

Programa Consolidar com uma dotação global de 500 milhões de euros. O banco lembra que foram celebrados contratos com 11 Sociedades de Capital de Risco para participação em fundos de capital de risco, num montante total de cerca de 848 milhões de euros, dos quais 478,3 milhões serão investidos através do FdCR o que corresponde a 95,7% de execução.

Até 31 de dezembro de 2023, estes fundos apoiaram 12 empresas com investimentos no valor de 66,72 milhões de euros, dos quais aproximadamente 32 milhões de euros provêm do FdCR.

Recorde-se que o Programa Consolidar tem como finalidade promover o crescimento, expansão, consolidação de projetos empresariais, bem como o desenvolvimento de novas áreas de negócio e novos produtos, através da restruturação dos respetivos modelos de negócio e a profissionalização e reforço da equipa de gestão dos Beneficiários Finais.

Quais os programas de investimento direto onde foram contratados 84,69 milhões de euros em 2023?

Programa de Recapitalização Estratégica com uma dotação global de 200 milhões de euros. Aqui o BPF encerrou o ano com um montante total de investimento aprovado de mais de 139 milhões de euros, 53% da dotação total do programa, distribuídos por 17 empresas. Do valor total de investimento, mais de 106 milhões de euros correspondem a financiamento do FdCR e cerca de 32 milhões de euros a investimento privado.

Destas, 13 operações foram já contratadas, somando um investimento de 84,69 milhões de euros do FdCR, o que representa cerca de 42,3% da execução programada.

O Programa de Recapitalização Estratégica tem como objetivo estimular o crescimento sustentável de longo prazo da economia e reduzir o défice estrutural de capitalização do tecido empresarial português.

Programa de Coinvestimento Deal-by-Deal com uma dotação global de 200 milhões de euros. Este programa contou com 24 candidaturas apresentadas que propõem um investimento total de cerca de 99 milhões de euros. Destas, 15 operações foram classificadas como elegíveis, representando um potencial de investimento de 54,63 milhões de euros por parte do FdCR, contudo ainda se encontram na fase preliminar, sem operações concretizadas.

Trata-se de um programa que promove o investimento/financiamento direto em empresas, em co-investimento com investidores privados, para fomentar a constituição de novas empresas e/ou capitalização empresarial, prioritariamente nas fases de arranque.

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