BPI com lucros de 137 milhões no 1º trimestre a subirem 13% apesar da queda em Portugal

O BPI aumentou 13% os lucros do primeiro trimestre para 137 milhões de euros, inclui os dividendos do Banco Fomento de Angola, onde o banco tem 48,1%. O BFA contribuiu com 46 milhões de euros para os resultados do BPI.

Em Portugal o BPI registou um lucro de 98 milhões de euros, a caírem precisamente 13%. O banco justifica com o impacto do ciclo de descida das taxas de juro de mercado na evolução da margem financeira que no primeiro trimestre face ao período homólogo de 2024 caiu 9%, ou seja menos 23 milhões de euros para 223 milhões.

A queda da receita da margem não foi compensada pela subida da receita de comissões, que subiu apenas 2% para 75 milhões no trimestre.

O BPI estima que a receita de margem financeira continue a cair (50 pontos base até ao fim do ano) e como não há possibilidade de ser compensada com o aumento do volume de crédito e por isso o CEO prevê que os lucros caiam no fim do ano.

Deste modo, o produto bancário caiu 8% num ano para 292 milhões de euros no trimestre.

A rentabilidade dos capitais próprios tangíveis recorrente em Portugal é de 17,5%.

Os custos aumentaram 1% para 126 milhões de euros e com isto o rácio de eficiência (cost-to-income) fixou-se em 37%.

Muito capital, boa qualidade da carteira de crédito, mas com as receitas a não serem compensadas pelo aumento do volume da carteira de crédito, marca o primeiro trimestre do BPI.

A carteira de crédito aumentou 1,4 mil milhões de euros, ou seja mais 5%, para 31,5 mil milhões de euros, muito à custa da subida do crédito à habitação que aumentou 8% para 15,7 mil milhões de euros, com o novo crédito a atingir os 961 milhões, traduzindo um crescimento homólogo de 57% e uma quota de mercado de 18,2%, em janeiro e fevereiro. A carteira de crédito no seu conjunto põe o BPI com uma quota de mercado a subir para 14,7%.

A garantia do Estado para o crédito à habitação jovem explica esta subida do novo crédito à habitação. “A adesão é acima do esperado”, disse o CEO do BPI. João Pedro Oliveira e Costa apela que é preciso mais habitação “para que esta medida não pressione ainda mais os preços da habitação”. “Este deve ser um desígnio nacional”, disse o CEO que lembrou que o aumento dos fogos de 2024 para 2025 “foi muito curto”.

No que toca à Garantia Pública, onde o Estado concede uma garantia pessoal a instituições de crédito com vista à viabilização de concessão de crédito à habitação própria e permanente, para jovens até aos 35 anos, o BPI recebeu 4.750 pedidos o valor supera os 240 milhões de euros. Sendo que a percentagem de aceitação e rejeição é baixa.

Do lado dos recursos de clientes, houve um aumento de 7% num ano para 4,1 mil milhões de euros (mais 2,7 mil milhões). Os depósitos aumentaram 6% para 31,5 milhões (+1,8 mil milhões).

Os recursos fora do balanço (fundos, seguros de capitalização, etc) cresceram 10%.

O BPI registou um rácio de NPE mantém-se em mínimos históricos de 1,3% e a cobertura por imparidades fixou-se em 97%. Os imóveis por recuperação têm um valor líquido de balanço de 400 mil euros, apenas. Já os valores de exposição a fundos de recuperação ascende a 6 milhões de euros.

O rácio de capital do banco CET1 ascende a 13,9% e o rácio de capital total de 17,4%.