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BPI: “Não é fácil para os bancos fazerem parcerias com startups”

O banco vai iniciar um projeto mais estruturado para fazer mais acordos com pequenas empresas e está já a estabelecer contactos, disse ao Jornal Económico Sérgio Santos, diretor de Banca Digital do BPI.
  • Rafael Marchante/Reuters
4 Abril 2019, 07h45

O BPI está a estruturar um projeto que lhe permita estabelecer parcerias mais sustentadas com startups e está já a fazer contactos com empreendedores, disse ao Jornal Económico o diretor de Banca Digital desta instituição financeira. O objetivo passa por haver uma maior colaboração entre os empreendedores e o banco, para que se experimentem novas soluções e se criem produtos personalizados.

“Ainda estamos a fazer poucas experiências com startups, porque isso obriga-nos a estar preparados para ser uma coisa que depois consigamos utilizar mesmo. Vamos agora começar. Estamos em fase de discussão e de aprovação”, afirmou Sérgio Santos, em declarações ao semanário, à margem do “BPI Innovation Summit”. “A ideia é encontrarmos modelos para sabermos como é que conseguimos trazer para dentro do banco duas ou três startups relevantes para nós, e experimentarmos”, explicou.

O BPI organizou esta quarta-feira a sua primeira ‘cimeira’ exclusivamente dedicada a estes pequenos negócios, um ponto de encontro entre estes dois mundos (corporate e empreendedor) que cada vez mais se têm cruzado. Aliás, só não se cruzam mais porque, muitas vezes, o espírito de experimentação constante choca com a estratégia dos bancos.

“A dificuldade é encontrar o ponto onde têm uma maturidade suficiente para nós conseguirmos, de facto, pôr dentro da nossa oferta. O que é que quero dizer com isto? Muitas das startups estão a experimentar tecnologias e modelos de negócios (alguns vão funcionar e outros não), e o banco não pode experimentar com os seus clientes”, defendeu o responsável pela banca digital do BPI.

Contudo, para o banco detido pelo espanhol CaixaBank, esse teste pode ser realizado em conjunto, numa ótica de “modelo de risco controlado”, aquilo a que designam de “startup de ideias internas”, que envolve, por exemplo, a aplicação de projetos-piloto. Sérgio Santos ainda lembrou que a fábrica de transformação digital do BPI inclui um processo composto por sistemas (plataformas de desenvolvimento omnicanal), processos e metodologias (gestão de risco), foco no cliente (design thinking, UX) e escala (processo sistemático). Entre as soluções estão a app do banco (para clientes) e o Go Banking (para os colaboradores terem a agência ‘na mão’) – ferramentas tecnológicas que chegaram tarde, mas vieram para ficar.

“Já estamos a comunicar no Facebook, no Twitter, em canais com alguma relevância. Demorámos algum tempo a perceber qual era o modelo de funcionamento, com algum receio de como podiam ser usados. Acontece também com os novos meios todos que estão a surgir, como o Instagram. Diria que há uma parte importante daquilo que os bancos estão a fazer hoje ainda tem a ver com tecnologia que já apareceu há algum tempo, mas agora começaram a ter dimensão”, referiu, em entrevista na Nova SBE, em Carcavelos.

https://jornaleconomico.pt/noticias/bpi-desafia-empreendedores-a-serem-os-incumbentes-do-futuro-429442

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