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Brasil não apoia proposta russa de sistema de pagamento para os BRIC

O governo brasileiro disse que não apoia a proposta russa de criação de um sistema de pagamento específico para o bloco dos países BRIC, para atenuar as sanções.
14 Abril 2022, 21h21

O governo brasileiro disse esta quinta-feira que não apoia a proposta russa, de criação de um sistema de pagamento específico para o bloco dos países BRIC, para atenuar as sanções impostas ao país pela invasão militar à Ucrânia.

Segundo a agência Brasil, o secretário de Assuntos Económicos Internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Alfredo Gomes, afirmou, aos jornalistas, que “este não é um tema de trabalho, não está na agenda do Brasil”.

Esta tomada de posição do Governo brasileiro surge na sequência de uma proposta, no início do mês, do ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, que defendeu a criação de um sistema de pagamento, em substituição do Swift, específico para os países do chamado bloco BRIC ( Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Apesar de discordar da proposta russa, Erivaldo Alfredo Gomes, citado na Agência Brasil, sublinhou que o país defende a criação de um novo sistema de pagamentos, mais veloz, que permita transações internacionais no próprio dia.

“Faz sentido a gente ter uma discussão sobre como estabelecer uma nova plataforma. O Brasil entende que isso deve ser em âmbito multilateral, global. Não uma solução específica de alguns países. Até para evitar a fragmentação”, frisou.

O Ggverno brasileiro tem tipo uma abordagem ambigua em relação à Rússia desde que o país lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia.

Por um lado, votou no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Rússia numa resolução que condenava as ações de Moscovo.

Por outro, absteve-se da resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra humanidade na Ucrânia.

Dias antes do ataque russo, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, teve reunido com o seu homólogo Vladimir Putin.

A acrescentar, o Brasil não apoia as sanções impostas à Rússia, estando mesmo a encetar esforços para que a venda de fertilizantes russos não seja incluída nas sanções.

O Brasil, uma das maiores potências agroalimentares do mundo, depende em mais de 90% da importação de fertilizantes, produto este que a Rússia, e a Ucrânia, são dos maiores exportadores mundiais.

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