Brasil: Pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro denunciado por racismo

O pré-candidato às eleições presidenciais Jair Bolsonaro foi este sábado denunciado pela Procuradoria-geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal por incitamento ao racismo contra indígenas, refugiados, mulheres e a comunidade LGBT. Jair Bolsonaro garante que as críticas são “infundas”, mas caso venha a ser condenado, pode ver a sua candidatura a presidente do Brasil ser inviabilizada.

A Procuradoria-geral da República explica que em causa estão “expressões de natureza discriminatória” utilizadas pelo pré-candidato numa conferência realizada no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril de 2017. Diante de uma audiência de 300 pessoas terá alegadamente incitado ao ódio, “afetando diretamente vários grupos sociais”, explica a PGR do Brasil.

Segundo a PGR, Jair Bolsonaro terá dito que “se vir dois homens aos beijos na rua, eu atingi-los-ei”. O pré-candidato fala ainda dos descendentes de escravos negros “como se fossem animais”, dizendo que “eles não fazem nada e são inúteis, nem mesmo procriam”.

Em comunicado, os assessores do candidato próximo da extrema-direita consideram que é “lamentável testemunhar ataques infundados, cujo objetivo é gerar informações sensacionalistas para denegrir a imagem de quem, de facto, é o maior fenómeno da política do Brasil nos últimos anos”. Nas sondagens, Jair Bolsonaro ocupa o segundo lugar, logo depois do ex-presidente Lula da Silva, que foi recentemente detido na Operação Lava Jato e pode vir a ser impedido de se candidatar a presidente.

Jair Bolsonaro arrisca-se a uma pena de prisão que pode ir até três anos e poderá ter de pagar no mínimo 400 mil reais (cerca de 95 mil euros) por danos morais coletivos. Ao abrigo da ‘Lei da Ficha Limpa’, Jair  Bolsonaro pode ainda ficar impedido de se candidatar às eleições presidenciais de outubro.