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Brasil vai extrair 23% de toda a produção petrolífera offshore em 2025

O Brasil deverá contribuir com cerca de 23%, ou 1,3 milhões de barris por dia (mbp), para a produção global de petróleo e condensado, proveniente de novos projetos offshore, que iniciem operações entre 2021 e 2025, prevê a GlobalData.
13 Agosto 2021, 17h26

Os próximos quatro anos vão acelerar a fase de transição no sector da energia, disponibilizando aos consumidores maiores alternativas aos combustíveis fósseis, mas, mesmo assim, a produção de petróleo continuará a ser liderada pelos blocos de petrolíferas que controlam a produção tradicional – liderados pela Arábia Saudita – e pelos blocos que comandam a produção offshore – liderados pelo Brasil, que se destacou neste “pelotão”, prevêndo-se que o petróleo que extrair do pré-sal em zonas de águas ultraprofundas, corresponda a 23% de toda a produção petrolífera offshore obtida em 2025, prevê a GlobalData.

A empresa de inteligência e análise de dados especializada no sector da produção petrolífera GlobalData, ao longo dos últimos quatro anos, tem feito revisões em alta sobre a importância do Brasil na produção mundial offshore de petróleo. Em dezembro de 2018, a GlobalData considerou que o Brasil, sozinho, entre os países em todo o mundo, deveria contribuir com cerca de 22% da produção global de petróleo bruto offshore obtida em 2025. Agora, em agosto de 2021, a mesma empresa de inteligência admite que o Brasil deverá contribuir com cerca de 23%, ou 1,3 milhões de barris por dia (mbp), para a produção global de petróleo e condensado, proveniente de novos projetos offshore, que iniciem operações entre 2021 e 2025.

Há quatro anos, a GlobalData referia que o Brasil ia liderar os investimentos das novas prospeções em águas ultraprofundas, para onde deveria aplicar 70,5 mil milhões de dólares (cerca de 60,06 mil milhões de euros) previstos para serem gastos entre 2018 e 2025. A GlobalData colocava, em 2018, a Noruega como o segundo maior país produtor offshore de petróleo, com 1,1 milhões de barris diários (mbd) de produção de petróleo bruto em 2025, ou, seja, com 13% da produção global de petróleo e condensado offshore. Na altura, a GlobalData estimava que a Noruega aplicasse na prospeção offshore cerca de 38,5 mil milhões de dólares (cerca de 32,7 mil milhões de euros), nos projetos para o período de 2018–2025.

Nigéria com o segundo maior investimento no offshore

A Nigéria era perspetivada em 2018 pela GlobalData como o terceiro maior país na produção petrolífera offshore, com uma previsão de 11% da produção global de petróleo, ou seja, capaz de produzir 0,9 mbd offshore em 2025. Mas ao nível dos gastos de capex nigerianos, a empresa de inteligência colocava este país africano em segundo lugar, com 62,7 mil milhões de dólares (cerca de 53,4 mil milhões de euros) a serem gastos durante o referido período.

Entre as maiores produtoras petrolíferas offshore, a GlobalData referia em 2018 a Petrobras -Petróleo Brasileiro, a Equinor ASA e a China National Offshore Oil Corp, que lideram globalmente a produção offshore de petróleo e condensado com, respetivamente, 1,2 mbd, 0,6 mbd e 0,4 mbd em 2025.

Em 2021, a GlobalData faz questão de diferenciar com rigor dois tipos de situações muito diferentes: explicita que a designação de projetos offshore, “planeados” se aplica aos projetos greenfield que receberam a Decisão Final de Investimento (o designado “FID”) de sociedades detentoras de capital que estão decididas a disponibilizar esse capital para desenvolver ou construir os referidos projetos, enquanto os projetos offshore “anunciados” se referem apenas a projetos que estão a ser objeto de estudos conceituais, ou que provavelmente visam o “FID”.

Os três gigantes: “Bacalhau”, “Búzios V” e “Lula Oeste”

Neste sentido, a GlobalData prevê que 1,16 mbd de produção de petróleo e condensado no Brasil em 2025 será proveniente de projetos offshore “planeados” que estão a ser objeto de estudos e devem obter aprovação para desenvolvimento. Nas situação encontram-se 29 projetos de petróleo bruto, que deverão começar a operar no Brasil no período de 2021-2025. Entre eles, os campos “Bacalhau”, “Búzios V” (“Franco”) e “Lula Oeste” são alguns dos projetos mais relevantes que deverão contribuir coletivamente com “cerca de 44% da produção de petróleo e condensado do país em 2025”, prevê a GlobalData.

Para o analista sénior de petróleo e gás da GlobalData, Effuah Alleyne, “enquanto a Arábia Saudita domina a produção petrolífera com projetos já em produção, o Brasil lidera a produção de petróleo e condensado oriunda de projetos futuros e novos”.

Preços de 40 dólares por barril

Effuah Alleyne considera que a “prolífica camada do pré-sal do Brasil, na Bacia de Santos, produziu um forte portfólio de projetos offshore, operados principalmente pela Petrobras. Esses projetos têm mostrado uma economia robusta. Com preços do petróleo de desenvolvimento, em média, de 40 dólares por barril, que têm contribuído significativamente para a tendência da América do Sul superar a produção offshore da América do Norte até 2023”, refere.

Além disso, a GlobalData posiciona agora os EUA como o segundo maior país produtor, com 655 mbd de produção de petróleo bruto em 2025, ou seja, com cerca de 11% da produção total offshore de petróleo e condensado que será extraído daqui a quatro anos. A Noruega mantém uma produção de petróleo bruto de 508 mbd oriunda de projetos offshore planeados e anunciados para 2025.

As petrolíferas Petrobras, China National Offshore Oil Corp e Equinor ASA lideram globalmente a maior produção offshore de petróleo e condensado, com, respetivamente, de 768 mbd, 371 mbd e 331 mbd, em 2025, também proveniente de projetos offshore planeados e anunciados, segundo a empresa de inteligência.

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