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Brexit. Londres avisa que não vai negociar direitos de pesca defendidos por Bruxelas

O governo britânico mantém-se otimista quanto ao alcance de um acordo comercial com o bloco europeu, mas adverte que as condições da UE relativas à pesca e à ajuda estatal não vão ser negociadas.
  • Neil Hall / EPA
6 Setembro 2020, 11h22

Um dos tópicos mais controversos durante as negociações entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido são os direitos de pesca e, este domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico reiterou que o governo não vai aceitar as posições do bloco quanto às restrições da pesca e ajuda estatal para o novo acordo comercial com os 27.

Em entrevista à “Sky News”, Dominc Raab explica que o acordo está perto de ficar fechado e que esta semana vai ser determinante para o acordo do Brexit.

“Esta semana será um momento importante para a UE reconhecer de uma forma realmente eficaz que estes dois tópicos não vão ser regateados. São precisamente as razões pelas quais vamos sair da UE”, afirmou o responsável.

“Nenhum outro país aceitaria ser vinculado ou controlado pelas regras da UE”.

O tempo para que seja alcançado um acordo começa a esgotar-se, dado que o período de transição do Brexit termina no final do ano. Sem acordo, o Reino Unido deixa de negociar com o bloco nos termos estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio, o que significa a devolução de tarifas e quotas.

Em matéria da pesca, a UE quer manter o acesso que os pescadores têm atualmente às águas do Reino Unido para proteger os empregos e as comunidades costeiras, enquanto que o território britânico deseja reduzir o acesso aos barcos europeus e torná-los dependentes de negociações regulares.

O Reino Unido abandonou o bloco europeu a 31 de janeiro. A saída britânica ocorreu depois de mais de três anos de disputas sobre um acordo de saída desde o referendo de 2016, que enviou ondas de choque nos mercados financeiros globais.

Contudo, desde janeiro que as negociações sobre um novo acordo comercial tiveram poucos avanços, o que faz aumentar os receios em Londres, Bruxelas e noutras capitais europeias, de que uma saída britânica sem um acordo comercial possa semear ainda mais caos o económico, no meio de uma pandemia que afectou as economias de todo o bloco.

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