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Brexit: Partido da Irlanda do Norte prefere ‘no deal’ a acordo com Bruxelas

“Não vamos deixar a primeira-ministra ou o grupo de ‘remainers’ [favoráveis à manutenção na União Europeia] forçar-nos a apoiar um acordo de ‘Brexit’ tóxico”, afirmou o deputado do DUP responsável pelo ‘Brexit’, Sammy Wilson, numa declaração publicada na rede social Twitter.
26 Março 2019, 16h33

O partido da Irlanda do Norte DUP, aliado do Governo britânico, anunciou hoje que votará contra o acordo do ‘Brexit’ negociado com Bruxelas pela primeira-ministra Theresa May, mesmo que isso signifique adiar a saída por um ano.

“Não vamos deixar a primeira-ministra ou o grupo de ‘remainers’ [favoráveis à manutenção na União Europeia] forçar-nos a apoiar um acordo de ‘Brexit’ tóxico”, afirmou o deputado do DUP responsável pelo ‘Brexit’, Sammy Wilson, numa declaração publicada na rede social Twitter.

O DUP (sigla em inglês de Partido Unionista Democrático) é o maior dos partidos políticos da Irlanda do Norte e o quarto do Reino Unido.

A falta de apoio do DUP, em conjunto com os conservadores eurocéticos, levou a primeira-ministra britânica a suspender a intenção de submeter o Acordo de Saída a um terceiro voto no parlamento.

Numa crónica publicada no jornal The Daily Telegraph, Sammy Wilson adiantou que o DUP não apoia o acordo negociado por Theresa May a menos que passe a incluir medidas que impeçam uma ligação sem prazo do Reino Unido à UE.

Para Wilson, seria preferível um adiamento do ‘Brexit’ “por um ano”, que permitisse ao partido pronunciar-se sobre os temas que o afetam durante esse período.

“Poderíamos decidir sair unilateralmente ao fim desse período simplesmente ao não pedir uma nova extensão”, escreveu o deputado.

Para o dirigente unionista, essa “estratégia” seria melhor do que “aceitar voluntariamente” a “entrada na prisão do acordo de saída”, em que a “chave da porta da cela” está nas mãos do negociador-chefe da UE, Michel Barnier.

A par do Partido Conservador (eurocético), os dez deputados do DUP – que sustentam a maioria do Governo conservador na Câmara dos Comuns – têm criado os maiores obstáculos à primeira-ministra no objetivo de sair da UE, tendo descredibilizado o acordo negociado por Theresa May com Bruxelas.

Na semana passada, o Conselho Europeu concordou com uma prorrogação da data de saída do Reino Unido da UE até 22 de maio de 2019, desde que o Acordo de Saída seja aprovado pela Câmara dos Comuns até sexta-feira.

Se isso não acontecer, o Conselho Europeu estipulou uma prorrogação até 12 de abril de 2019 e disse que esperava que o Reino Unido indicasse um caminho a seguir antes dessa data para a consideração dos líderes europeus.

O Acordo foi chumbado pelo parlamento britânico a 12 de março por 391 votos contra e 242 votos a favor, uma diferença de 149 votos, repetindo o chumbo de janeiro por 432 votos contra e 202 contra, uma margem histórica de 230 votos.

Na quarta-feira, o parlamento britânico deverá debater alternativas ao Acordo negociado pelo governo com Bruxelas e chumbado duas vezes.

Na segunda-feira, Theresa May admitiu que o Governo continua sem apoio suficiente para fazer aprovar no parlamento o Acordo de Saída na Câmara dos Comuns, mas disse que continua a ter discussões com líderes e deputados de todos os partidos para tentar encontrar um consenso.

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