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Bruxelas abre procedimento contra Espanha por o Governo ter criado restrições à OPA do BBVA sobre o Sabadell

O anúncio foi feito após meses de troca de informações e advertências veladas. Bruxelas argumenta que as condições adicionais impostas pelo Executivo espanhol violam a livre circulação de capitais, um dos princípios fundamentais do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE).
10 Julho 2025, 11h48

Bruxelas vai abrir um processo por infração contra Espanha por causa de interferência do Governo na oferta pública de aquisição do Sabadell pelo BBVA, pois a Comissão Europeia considera que o Governo de Pedro Sanchez ultrapassou os limites e que as suas ações são contrárias à livre circulação de capitais, avançam os jornais espanhóis.

A Comissão Europeia decidiu tomar medidas em resposta às restrições impostas pelo governo espanhol em Conselho de Ministros à OPA do BBVA sobre o Banco Sabadell.

A abertura formal do procedimento deverá ocorrer antes das férias de Verão. O processo terá início com o envio de uma carta de notificação formal a solicitar explicações detalhadas ao Governo, que terá dois meses para responder. Caso a resposta não satisfaça, a Comissão emitirá um parecer fundamentado, instando Espanha a modificar a sua posição. Caso o incumprimento se mantenha, Bruxelas poderá remeter o caso para o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), que terá a palavra final e poderá impor sanções financeiras.

O anúncio foi feito após meses de troca de informações e advertências veladas. Bruxelas argumenta que as condições adicionais impostas pelo Executivo espanhol violam a livre circulação de capitais, um dos princípios fundamentais do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE).

Em concreto, a Comissão considera que a Espanha foi além do permitido pela legislação da UE ao impor uma moratória até cinco anos para que o BBVA prossiga com a fusão com o Sabadell.

Embora esta medida esteja protegida pela Lei da Concorrência de 2007, e o Governo alegue que visa proteger o interesse público, a Agência de Estabilidade Financeira (FISMA) considera que este argumento foi alargado ao ponto de contrariar os artigos 63.º a 66.º do TFUE.

O Conselho de Ministros aprovou a OPA a 24 de junho mas com restrições significativas. Bruxelas, no entanto, considera que estes obstáculos políticos e regulamentares ultrapassam os limites razoáveis ​​e podem ser considerados um obstáculo injustificado no Mercado Único.

Além disso, tanto a Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC) como o Banco Central Europeu (BCE) já tinham manifestado a sua aprovação condicional e não viam motivos para bloquear a transação do ponto de vista concorrencial ou de solvência financeira.

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