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Bruxelas e Dublin criticam planos de Londres para o Brexit. Boris Johnson garante vai apresentar novas propostas

Bruxelas e Dublin criticaram as propostas divulgadas pela imprensa que defendiam a imposição de dois novos postos aduaneiros, em ambas as Irlandas. Boris Johnson garante que essas não são as reformas finais e pede a Bruxelas cedências para o processo ser fechado na cimeira de outubro
DR Daniel Leal-Olivas/ REUTERS
1 Outubro 2019, 13h11

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, defendeu as propostas de alteração ao acordo do Brexit depois de os planos terem sido divulgados pela imprensa britânica e criticados pela República da Irlanda e pela Comissão Europeia, esta segunda-feira.

De acordo com o documento, a que o The Guardian teve acesso, o governo de Boris sugeriu que fossem implementados dois postos aduaneiros em ambos os lados da fronteira entre a Irlanda do Norte e a Republica da Irlanda, como maneira de contornar a questão do backstop (uma fronteira física entre as duas regiões).

Os planos foram criticados pelos ministros em Dublin. A agência noticiosa irlandesa RTE, que foi a primeira publicar o relatório sobre as propostas , disse que as autoridades da União Europeia (UE) sentiram que o Reino Unido estava claramente a evitar compromissos de criar fronteiras reais ou qualquer tipo de infraestrutura física na fronteira irlandesa.

Mas Boris descartou as criticas de Bruxelas e Dublin, esta manhã, garantido que o Executivo britânico vai apresentar propostas concretas. “Vamos fazer uma excelente proposta e vamos formalizá-la muito em breve”, disse Johnson à BBC. O diário britânico The Telegraph noticiou que Johnson vai apresentar esta proposta ainda esta terça-feira.

“Pensamos que temos um bom caminho à nossa frente e pensamos que há uma boa solução. O meu desejo é que os nossos amigos europeus, os nossos amigos em Bruxelas, em Dublin, na Alemanha, também queiram avançar”, pressionando a UE a contribuir para uma solução.

Mais de três anos desde do referendo de 2016, o país avança para uma saída a 31 de Outubro sem estar claro se o “Brexit” se vai concretizar com ou sem um acordo para uma relação futura com Bruxelas.

Boris Johnson, que tem garantido que o “Brexit” vai acontecer na data prevista, não quer pedir um novo adiamento do divórcio, que já esteve marcado para março. Antes do Parlamento ter sido suspenso, a pedido do primeiro-ministro – foi entretanto reaberto por ordem do Supremo Tribunal -, os deputados aprovaram uma lei para impedir uma saída sem acordo a 31 de outubro. Um novo adiamento tem que ser solicitado até 19 de outubro.

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