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Bruxelas e grupo de empresas liderado pela NOS investem 3,3 milhões para desenvolver saúde com 5G

Liderado pela operadora de telecomunicações, o projeto “5G Healthcare”, cofinanciado pela União Europeia, envolve também a USL de São João no Porto, o INEM e o Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo. Saiba quais são as seis maiores mudanças tecnológicas.
5 Setembro 2024, 14h13

Há mais um programa em Portugal, cofinanciado pela União Europeia (UE), para o desenvolvimento do sector da saúde através da tecnologia. O projeto “5G Healthcare”, que prevê um investimento superior a 3,3 milhões de euros, vai disponibilizar infraestruturas para implementar avanços tecnológicos relacionados com os cuidados de saúde.

Em causa estão seis casos de uso (use cases) com Realidade Virtual (RV) nos cuidados intensivos, carros de emergência médica conectados ou transmissão em vídeo de cirurgias robóticas, através de rede móvel de quinta geração (5G), que é caracterizada pela elevada capacidade de transmissão de dados e pelas baixas latências (portanto, ligações mais rápidas).

Liderado pela operadora de telecomunicações NOS, o projeto envolve também a Unidade de Saúde Local (USL) de São João – o antigo Centro Hospitalar Universitário São João – no Porto, o INEM e a ULSAM – Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo. Logo, estas iniciativas tecnológicas destinar-se-ão, em primeiro lugar, a melhorar os cuidados de saúde na região norte, embora a abrangência seja europeia e até global.

Por exemplo, no caso dos veículos de emergência, utilizar-se-á o 5G para transmitir, em tempo real, sinais vitais e vídeo de alta resolução entre os carros e o centro de apoio do INEM e o Hospital de São João. A solução deverá cobrir mais de 440 mil pessoas numa área de 200 km2.

“A tecnologia apenas tem valor quando responde a necessidades reais das pessoas. Aquilo que pretendemos fazer com este projeto foi precisamente isso, colocar o 5G ao serviço de uma das áreas mais importantes na nossa vida, a saúde, sempre com a preocupação de manter os utentes no centro de tudo. Acreditamos que esta tecnologia irá promover o acesso a um conjunto de aplicações inovadoras que permitam melhorar o acesso das pessoas a mais e melhor saúde”, comentou o Chief Technology and Information Officer da NOS, Jorge Graça.

No caso dos vídeos e robôs nas cirurgias, uma área que tem estado em desenvolvimento em Portugal, prevê-se a transmissão em tempo real de cirurgias com apoio de aparelhos eletrónicos (sistema DaVinci) com técnica de laparoscopia, que permite fazer procedimentos cirúrgicos na cavidade abdominal e pélvica. Conheça aqui a história do DaVinci e quanto rende à empresa que o desenvolveu e comercializa.

O 5G Healthcare – aprovado no âmbito do programa 5G for Smart Communities do mecanismo Connecting Europe Facility (CEF) – tem também o plano de reforçar os equipamentos e conectividade para a telemedicina e utilizar RV em 100 doentes que estejam acordados nos cuidados intensivos como terapia não farmacológica. “Estima-se que possa reduzir níveis de ansiedade, depressão e stress nos doentes e melhorar a reabilitação, reinserção e qualidade de vida após regressar a casa”, esclarece o grupo de parceiros ligado ao projeto.

Os outros casos de uso são para reduzir o tempo dos diagnósticos em 50% através da digitalização de 200 amostras de tecidos, portanto análises médicas, por ano e instalar sensores nas enfermarias para monitorizar, em tempo real, a temperatura, tensão, níveis de glicose ou oxigénio dos doentes. Se estiverem fora do normal, será emitido um alarme, lê-se ainda na informação transmitida esta quinta-feira aos meios de comunicação social.

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