Bruxelas considera que Vladimir Putin deve explicar porque é que está se está a oferecer para vender milhões de doses da sua vacina a países europeus, numa altura em que a maioria da sua população não foi vacinada.
“Devo dizer que nos questionamos porque é que a Rússia está a oferecer teoricamente milhões e milhões de doses enquanto não está a progredir suficientemente na vacinação dos seus cidadãos”, disse a presidente da Comissão Europeia na quarta-feira, 17 de fevereiro. “Esta é uma pergunta que deve ser respondida”, afirmou, citada pelo Politico.
Ursula von der Leyen avançou que ainda não foi submetida qualquer candidatura da Sputnik à aprovação da Agência Europeia do Medicamento (EMA).
A Hungria foi o primeiro país membro da União Europeia a aprovar a vacina russa Sputnik V. Budapeste já comprou dois milhões de doses para vacinar um milhão de pessoas e a vacinação com a Sputnik arrancou a 12 de fevereiro.
Também a Croácia e a Eslováquia já expressam o seu interesse em aprovar o uso da vacina russa, o que já levou membros do Parlamento Europeu a pedirem mais escrutínio sobre estes acordos individuais com Moscovo.
Ursula von der Leyen avisou ontem que, para ver a sua vacina aprovada, a Rússia teria de permitir inspeções nos seus locais de produção e submeter todos os dados disponíveis sobre a Sputnik V para serem avaliados para as autoridades europeias.
Com o plano de vacinação europeu atrasado, e atrás do ritmo alcançado nos Estados Unidos ou Reino Unido, há vozes que defendem que Bruxelas deveria começar a olhar para as vacinas produzidas na Rússia ou China.
Como no caso da Hungria, os países podem aprovar unilateralmente o uso de vacinas no seu território.
A nível mundial, a Rússia surge na 59ª posição dos países que mais vacinaram, com 2,67 pessoas vacinadas por cada 100 pessoas, segundo os dados da Our World in Data. Uma posição acima surge a China (58ª) com 2,82 pessoas vacinadas em cada 100.
A União Europeia surge acima (43ª posição) com 5,07 pessoas vacinadas em cada 100. Portugal regista a 37ª posição com 5,07 pessoas vacinadas em cada 100.
Gibraltar lidera este ranking com 78,30 pessoas vacinas em cada 100, seguido de Israel (78,09 pessoas) e as Seicheles (56,92 pessoas).
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