A Comissão Europeia reviu em alta de uma décima a estimativa de crescimento da economia portuguesa para este ano e a previsão para o próximo, para 2,3% e 2%, respetivamente. Com esta estimativa, Bruxelas prevê que a economia portuguesa cresça ao mesmo ritmo da zona euro.
“O PIB e o emprego [em Portugal] aumentaram significativamente em 2017, impulsionados pela procura interna e pelas exportações. Espera-se que o crescimento desacelere ligeiramente, mas deve permanecer forte em 2018 e 2019, à medida que as exportações e o emprego continuam a se expandir”, refere a Comissão Europeia, em comunicado.
A estimativa atual de crescimento económico para este ano compara com os 2,2% apontados nas previsões de inverno por Bruxelas e corresponde, agora, ao mesmo valor calculado pelo Governo.
“Os riscos para o outlook estão ligeiramente direcionados para baixo, principalmente devido a incertezas no ambiente externo”, explica.
Bruxelas estima que tanto as exportações como as importações crescem a um ritmo semelhante em 2018 e 2019, mantendo a conta corrente “relativamente estável” num intervalo entre 0,5% e 0,6% do PIB. “Apesar de algum abrandamento, o turismo deverá continuar a ser um grande impulsionador de apoio à balança externa do país”, sublinha a Comissão.
Acrescenta que a posição externa de Portugal será suportada por um aumento da absorção dos fundos estruturais comunitários e diminuição dos custos de financiamento para os contratantes de empréstimos no mercado interno.
Emprego aproxima-se de novos máximos
A Comissão Europeia espera que os indicadores do mercado de trabalho português continuem a beneficiar de um momento positivo, mesmo que mais lentamente, após a melhoria substancial em 2017. A projeção de taxa de desemprego é de 7,7% em 2018 e 6,8% em 2019, abaixo dos 9% no ano passado.
“O desemprego está já abaixo do que estava antes da crise financeira global de 2008, mas continua acima do mínimo histórico de 5,1%, em 2000”, explica. “A taxa de desemprego para o grupo etário 15-74 anos está, entretanto, a aproximar-se do máximo histórico de 62,7% atingido em 2001”.
Neste cenário, Bruxelas explica que o slack do mercado de trabalho (conceito que inclui pessoas que trabalham a part-time apesar de pretenderem um emprego a tempo inteiro ou pessoas que não estão ativamente à procura de trabalho mas desejaria voltar ao mercado de trabalho) está a “diminuir rapidamente”.
Acrescenta esperar que os salários comecem a subir gradualmente nos próximos dois anos, impulsionados pelo descongelamento de carreiras na função pública. “Ainda assim, o aumento dos salários médios na economia será provavelmente travado por uma robusta criação de emprego nalguns setores com salários abaixo da média”, refere.
A inflação espera pela Comissão para Portugal é de 1,2% em 2018 (face aos 1,5% estimados para a zona euro), resultando do impacto da recente apreciação da moeda única e de efeitos de base na acomodação dos preços. Para 2019, já aponta para uma inflação de 1,6% tanto em Portugal, devido à subida nos salários, como na zona euro.
[Notícia atualizada às 10h30]
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com