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Bruxelas só consegue garantir 10% do material hospitalar em falta, revela documento oficial

As necessidades dos hospitais de todos os Estados-membros superam a atual capacidade de abastecimento na zona comunitária. Os canais de produção e fornecimento para ventiladores e material hospitalar de proteção vão ter de ser reforçados para evitar um colapso no sistema de saúde.
25 Março 2020, 14h08

A União Europeia deverá precisar de dez vezes mais material e equipamento sanitário e higiénico para combater o surto do coronavírus que assola os 27 estados-membros, informa um documento oficial da Comissão Europeia a que a agência Reuters teve acesso.

O documento, que data o dia de hoje, 25 de março 2020, informa que o bloco europeu tem sentido um défice de recursos (entre ventiladores, luvas, óculos de proteção, máscaras cirúrgicas e fatos de proteção) desde de que foram registados os primeiros casos de Covid-19 no continente.

Mas apesar dos esforços “a disponibilidade e fornecimento de equipamentos protetores e pessoais e outros materiais médicos, especialmente ventiladores, por toda a Europa continua a ser preocupante”, informa o documento citado pela agência.

“As estimativas internas da Comissão mostram que o fornecimento” tradicional “só poderá responder a 10% da procura”, frisou. Esta é a primeira vez que a falta de material essencial para combater o vírus altamente contagioso é quantificado.

A notícia surge depois de Ursula von der Leyen ter anunciado ao jornal espanhol “El País” que o concurso público levado a cabo pela Comissão Europeia (CE) para a compra de material de proteção para os hospitais gerou propostas suficientes para encher o stock em 25 países da União Europeia (UE)

https://jornaleconomico.pt/noticias/ursula-von-der-leyen-diz-que-compra-de-material-de-protecao-superou-as-necessidades-565581

A escassez de equipamentos médicos tem expondo os profissionais de saúde a riscos mais altos de contágio, que, por sua vez, coloca em risco pacientes que podem ser infectados por médicos ou enfermeiros.

Em Itália e em Espanha, os dois países da UE mais afetados até agora pela epidemia, mais de 5.000 equipas médicas foram infectadas, segundo dados oficiais divulgados na terça-feira. Isso colocou o número de casos confirmados entre trabalhadores médicos em quase 9% do total de casos registados em Itália e mais de 13% no país vizinho, embora os médicos tenham maior acessibilidade para serem testados do que a população em geral.

O documento da Comissão informa também que a maioria dos Estados-Membros possui stocks limitados e capacidade limitada para aumentar a produção de equipamentos médicos, expondo-os a uma escassez de o equipamento essencial caso não seja importado rapidamente.

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