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CAC prevê faturar 90 milhões este ano com venda de ovos

Esta cooperativa de avicultores, que gere mais de dois milhões de galinhas poedeiras em Portugal, espera crescimentos de vendas anuais superiores a 10% em 2021 e 2022, e quer reforçar a vertente das exportações.
11 Janeiro 2021, 07h00

A CAC – Companhia de Avicultores do Centro encerrou o exercício de 2020 com um volume de negócios de cerca de 80 milhões de euros, um valor idêntico ao de 2019, 79 milhões de euros.

Apesar da pandemia, este grupo de produtores de ovos prevê chegar ao final deste ano com uma faturação de 90 milhões de euros, o que, a confirmar-se, traduziria uma taxa de crescimento de 12,5%.

E a CAC estima a continuação desta rota ascendente para 2022, quando prevê chegar a um volume de negócios na ordem dos 100 milhões de euros, mais cerca de 11% de crescimento.

Hoje, o universo do Grupo CAC, sediado em Bidoeira de Cima, Leiria, compreende 12 sociedades e uma ‘holding’, a Alicac SGPS. Emprega cerca de 210 trabalhadores e reúne um efetivo de mais de dois milhões e duzentas galinhas poedeiras, distribuídas por quatro sistemas produtivos: gaiola, solo, ar livre e biológico.

A CAC comercializa atualmente as marcas Ovos Matinados (ar livre), Matinados Bio (biológico), Quinta do Prado Amarelo (solo), Superovo (gaiola e solo) e Iberovo (gaiola).

“A exportação detém uma posição de relevo na estratégia futura da CAC, que em 2015 e 2016 chegou a escoar cerca de 30% da sua produção para a Europa, especialmente sul e centro), África, Ásia e Estados Unidos da América. O crescimento acentuado do mercado interno e a pandemia obrigaram a empresa a reduzir significativamente as exportações nos últimos anos mas o grupo pretende retomar uma estratégia de internacionalização, com base na valorização económica das suas marcas”, assegura uma nota do Grupo CAC, a que o Jornal Económico teve acesso.

O grupo exporta ou já exportou para mercados como Espanha, França, Itália, Suíça, Alemanha, Holanda, Reino Unido, Estados Unidos, Israel, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Myanmar, Hong Kong (China), Tailândia, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Mauritânia, Gâmbia, Serra Leoa, Libéria, Djibuti, República ou República Democrática do Congo.

Fundada em 1986, a Cooperativa de Avicultores do Centro resultou da vontade de 13 produtores de ovos que se uniram para escoar a sua produção e “poder sonhar com um futuro maior”, tendo-se transformado mais tarde em Companhia Avícola do Centro. Juntos, adquiriram o património de uma pequena empresa do sector, iniciando a atividade com 120 mil galinhas poedeiras. Dez anos volvidos, em 1996, a cooperativa foi transformada em Sociedade Anónima, com a designação CAC II – Companhia Avícola do Centro, S.A., “abrindo novas perspetivas de crescimento, organização e eficácia comercial”.

“A marca Ovos Matinados (ovos de galinhas criadas ao ar livre, apelidadas pelos responsáveis do grupo como “as mais felizes de Portugal”) tem vindo a afirmar-se como âncora da empresa, registando, desde 2012, crescimentos anuais superiores a 30%. Esta marca contribuiu, igualmente, para mudar as tendências de consumo e consolidar o conceito da produção ao ar livre. Os Ovos Matinados são produzidos em dez quintas de galinhas ao ar livre, localizadas no norte e centro de Portugal”, revela a referida nota do grupo, acrescentando que, “tanto a classificação, como o embalamento, são efetuados nos quatro centros de classificação do grupo CAC, localizados em Leiria (dois), Guimarães e Tondela”.

Com o referido efetivo de cerca de 2.250.000 galinhas poedeiras, distribuídas por 44 explorações em todo o território nacional, a CAC classifica e embala, todos os anos, 600 milhões de ovos nos seus quatro centros de classificação. “A empresa controla todas as fases do processo produtivo, desde a produção de ração até à distribuição”, assegura a mesma nota.

Depois de ter investido cerca de 10,3 milhões de euros nos últimos dois anos (5,8 milhões em 2019 e mais 4,5 milhões no ano passado), a CAC prepara-se para investir mais seis milhões durante o presente ano.

O sector da produção de ovos em Portugal movimenta cerca de 200 milhões de euros anuais, reclamando a CAC uma quota de mercado interna na ordem dos 40%.

O sector emprega cerca 1.500 trabalhadores de forma direta e detém um efetivo de cerca de sete milhões de galinhas poedeiras, com a CAC a assegurar que tem cerca de 32% da capacidade instalada.

Outros dados do sector apontam para cerca de 90 produtores e 62 centros de embalagem. Atualmente, Portugal é o 8º maior exportador europeu de ovos, gerindo cerca de 2,7% do efetivo da União Europeia no que respeita a galinhas poedeiras.

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