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Caixa envia clientes para PARI após erro informático

Uma atualização do software fez com que alguns clientes da CGD recebessem um alerta de que tinha sido iniciado um plano de ação para risco de incumprimento (PARI), algo que acontece quando os bancos detetam uma degradação da situação financeira. Foi um erro informático.
Paulo Macedo Caixa Geral de Depósitos CGD
20 Março 2025, 07h00

São várias as mensagens que os bancos vão enviando aos seus clientes, seja para promover produtos, alertar para fraudes ou mandar códigos necessários para realizar operações. Mas não é todos os dias que recebem alertas através do telemóvel de que foi iniciado um plano de ação para risco de incumprimento (PARI), procedimento que serve para evitar situações de falta de pagamento. Isto aconteceu a alguns clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas por lapso. Um erro informático que o banco estatal garante ter afetado um número reduzido de pessoas.

“Tem um novo documento – Aviso Abertura PARI – disponível no seu Caixadirecta.” Esta foi a mensagem que surgiu nos ecrãs dos telemóveis dos clientes da CGD no início deste mês, pedindo que consultassem os documentos digitais disponibilizados na aplicação do banco ou através do homebanking para terem acesso a mais informação. Num dos documentos, a que o JE teve acesso, o banco indicava que o cliente estava a receber este aviso por “perda de rendimento” e que poderia enviar um conjunto de documentos para que o caso fosse analisado.

Horas mais tarde, nova mensagem. “Estimado cliente, por favor, ignore a mensagem anterior sobre Aviso Abertura PARI. Agradecemos a compreensão”, pode ler-se, sem que o banco tenha explicado aos seus clientes o que esteve na origem do aviso inicial relativo à abertura de um PARI.

Questionada pelo JE, fonte oficial do banco liderado por Paulo Macedo explicou que, “tendo-se identificado limitações numa atualização efetuada ao processo automático de abertura de plano de ação para risco de incumprimento (PARI), reverteram-se as comunicações efetuadas” no início do mês, mais concretamente na segunda-feira, 5 de março. Em causa esteve uma atualização do software que fez com que o sistema enviasse, por lapso, um aviso de abertura de PARI.

A Caixa garante, contudo, que foram poucos os clientes afetados por este erro informático. “O universo de clientes CGD abrangido é diminuto e não houve qualquer impacto para os clientes”, referiu a mesma fonte, sem detalhar quantas pessoas receberam estas mensagens.

Este processo é iniciado caso a instituição financeira detete indícios de degradação da capacidade financeira do cliente, devendo contactá-lo no prazo de 10 dias e pedir a documentação necessária para poder avaliar a situação e apresentar propostas que podem passar pela alteração de uma ou mais condições do contrato de crédito, nomeadamente o alargamento do prazo do empréstimo ou uma redução do juro aplicado durante um determinado período.

As instituições financeiras reportaram uma média mensal de cerca de 123.400 processos PARI de crédito à habitação e hipotecário em 2023, face a 23.161 em 2022, mostrou o relatório de supervisão comportamental divulgado pelo Banco de Portugal. Já no crédito ao consumo, foram iniciados cerca de três vezes mais processos PARI nesse ano, comparativamente ao ano anterior.

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