CaixaBank com lucros de 1.005 milhões no primeiro trimestre

O CaixaBank reportou um resultado líquido no primeiro trimestre de 1.005 milhões de euros, o que traduz uma subida de 17,5%.

O grupo bancário espanhol regista uma rentabilidade dos capitais próprios tangíveis (RoTE) de 15,8%, superior à de 10,5% registada em março de 2023.

A “boa dinâmica” do negócio, a gestão de risco e o cenário de taxas ainda favorável traduziram-se numa rendibilidade dos capitais próprios (ROE) de 13,4%, face aos 8,9% do ano anterior, e permitiram uma melhoria do rácio eficiência de 48,6 para 40,3%. O rácio de incumprimento do crédito situou-se em 2,8%.

Gonzalo Cortazar, responsável do grupo, disse na apresentação de contas que a contribuição fiscal superou o resultado já que inclui 1.135 milhões em impostos, dos quais 493 milhões correspondem ao novo imposto suportado pelos bancos em Espanha e cujo valor cresce 32% no ano.

O aumento da margem financeira é o principal destaque.

Numa comunicação à CNMV, entidade supervisora ​​do mercado bolsista espanhol, o banco anunciou esta terça-feira os seus resultados de janeiro a março, impulsionados pelas elevadas taxas de juro, o que levou a que a margem de juros, que reflete a evolução do negócio tipicamente bancário, crescesse em 27,4%, atingindo 2.781 milhões de euros.

As receitas de serviços (gestão de activos, seguros de proteção e comissões bancárias) ascenderam a 1.197 milhões, mais 1,3% do que no primeiro trimestre de 2023.

Em concreto, o aumento dos resultados da gestão de ativos (+15,8%) e dos seguros de proteção (+6,9%) compensou a diminuição das comissões bancárias (-10,8%).

O CaixaBank obteve 902 milhões de euros de comissões líquidas, menos 3,8%, e recebeu ainda 5 milhões de euros de dividendos (-92,4%), embora a atividade seguradora tenha contribuído com 295 milhões de euros, mais 20,9%.

O crédito malparado manteve-se em níveis muito contidos, situando-se o rácio de NPL em 2,8%, apenas mais uma décima de ponto percentual do que em dezembro, “após a aplicação de critérios mais rigorosos na classificação do crédito de cobrança duvidosa”.

Em particular, os créditos de cobrança duvidosa ascenderam a 10.794 milhões, mais 2,64%, embora o banco sublinhe que não registou uma deterioração da evolução orgânica das exposições de crédito.

No primeiro trimestre de 2024, o banco aproximou o seu volume de negócios do um bilião de euros, o que constitui um máximo histórico, depois de ter crescido mais de 15.000 milhões de euros no último ano.

Concretamente, os recursos de clientes ascendiam a 636.490 milhões no final de março, mais 1%, enquanto o crédito a clientes totalizava 354.755 milhões, mais 0,2%.

O banco de investimento Jefferies destacou a
atualização do guidance para o ano fiscal de 2024, para um crescimento do RoTE acima de 16% (consenso em 16,3%), com todos os indicadores anteriores inalterados.

O resultado antes de impostos do CaixaBank também ficou em linha com o esperado pelos analistas do Jefferies. Os proveitos foram 1% superiores ao esperado e os custos ficaram em linha com o consenso.

A margem financeira foi 3% superior ao consenso, subiu 1% em relação ao trimestre anterior e 27% em relação ao ano anterior, destaca o Jefferies.

As comissões de Gestão de Património + Seguro de Proteção + Banca (equivalente a comissões líquidas + resultado do serviço de seguros na divulgação anterior) estiveram em linha com o consenso, com outras receitas  a serem 11% superiores. Estas incluem o imposto bancário no valor de 493 milhões.

Os custos totais estiveram em linha com o consenso.
O total de imparidades de 368 milhões superam o esperado pelo consenso de analistas que era de 351 milhões.

O custo de risco fixou-se nos 0,29%.

No balanço o crédito a clientes ficou estável em relação ao trimestre anterior e 2% abaixo do ano passado.

Os depósitos de clientes foram 1% superiores em relação ao trimestre anterior e 4% em relação ao ano passado.

No capital o rácio CET1 está em 12,3% e esteve em linha com o consenso, com o CET1 a superar em 1% o consenso e os RWAs (ativos ponderados pelo risco) a saírem 1% acima do consenso.

O CaixaBank é dono do BPI que apresenta resultados esta terça-feira.