Há mais de dois séculos Beethoven rasgava a página que precedia a Sinfonia n.º 3, num gesto de desagrado para com aquele a quem a dedicara, Napoleão Bonaparte. A “Sinfonia Heroica, composta para festejar a memória de um grande homem” – ficou “Heroica”, tout court, quando o compositor soube que Bonaparte se proclamara imperador.
Em 2025, não se rasgam páginas, mas cancelam-se concertos em protesto contra a Administração Trump. Tudo começou no mês passado, quando o conceituado violinista alemão Christian Tetzlaff, um dos mais destacados intérpretes de Mozart e Bach, cancelou sua tournée nos EUA, onde iria atuar, com o seu quarteto, em oito cidades americanas. Em declarações à NDR – Norddeutscher Rundfunk, uma emissora pública de rádio e televisão alemã, disse ter, todos os anos, uma vintena de concertos nos EUA, “onde mantém muitos contactos, amigos e salas onde gosto verdadeiramente de tocar”.
“Muitos de nós sentimos tristeza pelo que perdemos, raiva e pena, mas nenhum destes sentimentos é útil ou bom para nós a longo prazo. A razão pela qual cancelei [os concertos] deve-se ao silêncio absoluto que se vive na América entre músicos, orquestras e até mesmo políticos”, reforçou Tetzlaff.
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