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Câmara do Funchal ganha projeto para conservar o Patagarro

Esta espécie distribui-se no Atlântico Norte onde, em pequenos ilhéus e ravinas no interior das ilhas (como é o caso da Ribeira de Santa Luzia), encontram um habitat seguro para a sua nidificação. É neste vale, protegidos da ação predatória de gatos e ratos que constroem o seu ninho e seguem com o seu ciclo reprodutor.
23 Setembro 2021, 13h34

A Câmara Municipal do Funchal conseguiu ter acesso a um instrumento financeiro da Comissão Europeia para a execução, atualização e desenvolvimento das políticas e Estratégias Europeias na área do Ambiente. O projeto LIFE4BEST Puffinus está assim a decorrer no Parque Ecológico do Funchal, realizado em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), com o objetivo de conservar o Patagarro.

O controlo de plantas invasoras e as ações de reflorestação levada a cabo pela Autarquia nesta infraestrutura municipal têm contribuído para a recuperação do coberto vegetal do Maciço Montanhoso Oriental, que diz respeito à área de nidificação do Patagarro.

Os incêndios que ocorreram em 2010 pintaram de negro 95% da área do Parque Ecológico do Funchal e nesse sentido, ao longo da última década, foram desenvolvidos vários projetos para recuperar os habitats de altitude.

Esta espécie distribui-se no Atlântico Norte onde, em pequenos ilhéus e ravinas no interior das ilhas (como é o caso da Ribeira de Santa Luzia), encontram um habitat seguro para a sua nidificação. É neste vale, protegidos da ação predatória de gatos e ratos que constroem o seu ninho e seguem com o seu ciclo reprodutor.

Com efeito, desde julho, o Patagarro é a principal personagem de um novo projeto na região. Através de financiamento ao abrigo do programa LIFE4BEST destinado às Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, estão planeadas ações de controlo de invasoras e plantação de espécies nativas, juntamente com a recuperação de trilhos que permitirá melhorar os acessos à colónia de patagarro, serão promovidas no local.

Este projeto, resultado de uma parceria da Câmara Municipal do Funchal e da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), vai testar várias metodologias de censo e monitorização de aves marinhas, facilitando o acompanhamento do ciclo reprodutor com perturbação mínima nos poucos indivíduos existentes nesta colónia.

A instalação de gravadores autónomos e técnicas de visão noturna vai avançar no início do próximo ano, com a chegada dos primeiros adultos. Até lá, os técnicos da CMF e da SPEA vão estar no terreno a conhecer melhor a distribuição e o impacto dos predadores no local e a contribuir para que o Parque Ecológico do Funchal disponha das condições para receber esta que é uma das aves menos conhecidas no arquipélago e um dos símbolos do Parque.

O projeto LIFE4BEST Puffinus vai decorrer até junho de 2022.

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