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Camiões com ajuda humanitária destinada à Venezuela incendiados na fronteira com Colômbia

Dois camiões com ajuda humanitária destinada à Venezuela foram incendiados hoje no lado venezuelano de uma ponte na fronteira com a Colômbia, denunciou a deputada Gaby Arellano, que acusou a polícia nacional bolivariana de atear as chamas.
23 Fevereiro 2019, 20h52

Dois camiões com ajuda humanitária destinada à Venezuela foram incendiados hoje no lado venezuelano de uma ponte na fronteira com a Colômbia, denunciou a deputada Gaby Arellano, que acusou a polícia nacional bolivariana de atear as chamas.

“Eles incendiaram dois dos quatro camiões que se encontravam em território venezuelano”, disse aos jornalistas a deputada da oposição que se encontra junto à ponte Francisco de Paula Santander, onde já se registaram algumas confrontações entre populares e agentes da policia venezuelana. “As pessoas estão a tentar proteger os carregamentos de ajuda humanitária que (o Presidente da Venezuela) Maduro, o ditador, mandou incendiar”, acusou.

Hoje é a data limite anunciada pelo autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, para a entrada no país de 14 camiões e 200 toneladas de ajuda humanitária reunida para a Venezuela. A entrada de ajuda humanitária, especialmente os bens fornecidos pelos Estados Unidos, no território venezuelano tem sido um dos temas centrais do braço-de-ferro entre Juan Guaidó e Nicolás Maduro.

As doações oriundas dos Estados Unidos e de outros países encontram-se armazenadas em vários Estados vizinhos da Venezuela, como a Colômbia, Brasil e na ilha de Curaçao, nas Antilhas holandesas. O governo venezuelano tem insistido em negar a existência de uma crise humanitária no país, afirmação que contradiz os mais recentes dados das Nações Unidas, que estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do Presidente Nicolás Maduro. Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos. A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já dezenas de mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais. Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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