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Canadá segue exemplo europeu: Não há plásticos descartáveis a partir de 2021

O primeiro-ministro canadiano explicou que este passo se deveu ao facto de ter dificuldade em explicar aos seus filhos como é que as baleias estavam a dar à costa com os estômagos cheios de plásticos.
11 Junho 2019, 13h54

O Canadá seguiu o exemplo da União Europeia e vai banir os objetos plásticos de uso único até o início de 2021, anunciou o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.

O líder do executivo canadiano garante que apenas serão banidos objetos específicos, baseados num artigo científico, apesar de o governo local considerar itens como garrafas de água, sacos de plástico e palhinhas. “Até 2021, o Canadá vai banir plásticos nocivos descartáveis de costa a costa”, anunciou Justin Trudeau, numa declaração ao país feita esta segunda-feira.

Justin Trudeau revelou que o seu governo está a inspirar-se no Parlamento Europeu, que votou em março a proibição destes plásticos, para combater a poluição de itens descartados que entram nos cursos de água. Portugal é um dos países que aceitou banir o uso destes objetos “até que este já não faça sentido existir”, já em 2020.

O primeiro-ministro canadiano explicou que este passo se deveu ao facto de ter dificuldade em explicar aos seus filhos como é que as baleias estavam a dar à costa com o estômago cheios de plástico. “Como pais, estamos num ponto em que quando levamos os nossos filhos à praia, temos de procurar um sítio na areia que não tenha palhinhas, esferovite e garrafas. É um problema, e temos de falar algo em relação a isso”, disse.

Menos de 10% do plástico utilizado no Canadá é reciclado. O governo de Trudeau afirma que um milhão de pássaros e mais de 100 mil animais marinhos ficam feridos ou morrem por confundirem objetos plásticos por comida.

A legislação imposta pela União Europeia aponta como meta a reciclagem de 90% das garrafas de plástico até 2025 e a redução para metade da quantidade de materiais plásticos que mais vezes vão parar ao oceano. O Parlamento Europeu estima que estas mudanças vão custar entre 259 e 695 milhões de euros. Ainda assim, não se sabe o impacto económico que esta alteração terá na economia do Canadá.

A decisão da China em parar de importar lixo da União Europeia também terá motivado a aposta nesta medida. Tomada no ano passado, a opção fez com que outros países do sudoeste asiático passassem a ser o destino final do lixou europeu. As Filipinas enviaram de volta para o Canadá, em maio, 69 contentores daquilo que as autoridades classificam como lixo ilegalmente transportado, seguindo o exemplo da Malásia.

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