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CAP exige que Governo português proteja a fileira do vinho português

A CAP diz que “o setor não pode ficar à espera que este problema se resolva (ou que outro entretanto surja) é imprescindível que o Governo elabore um plano robusto de reforço financeiro para a promoção dos vinhos portugueses para que as empresas possam ter capacidade de ganhar quota em mercados alternativos de exportação, sendo que as exportações de vinho para o mercado norte-americano valeram cerca de 100 milhões no ano passado”.
16 Março 2025, 21h00

No seguimento do anúncio do aumento de tarifas sobre as importações de aço feito pelos Estados Unidos da América, da consequente resposta da União Europeia com o aumento das taxas para a importação de Bourbon (entre outros produtos) e da ameaça do Presidente norte-americano de uma subida de 200% nas tarifas sobre os vinhos europeus, a CAP exige que o Governo nacional, num contexto de defesa do livre comércio, proteja ativamente a fileira do vinho português.

Em comunicado, a CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal lembra que “ao anúncio do aumento de tarifas sobre as importações de aço feito pelos Estados Unidos da América, a União Europeia respondeu com o anúncio, entre outros produtos, do aumento de tarifas para a importação de Bourbon. De imediato, o Presidente norte-americano ameaçou com um aumento de 200% nas tarifas sobre os vinhos europeus”.

A CAP refere que “há regras de comércio internacional que devem ser respeitadas e que existe uma Organização Mundial do Comércio para procurar resolver os diferendos entre os Estados-Membros”.

A CAP lembra que fileira do vinho português, que contabiliza mais de trezentos mil operadores em todos os elos da cadeia de valor, desde a produção à venda. “Com efeito, não são apenas os produtores que exportam para os EUA que são afetados, é toda a fileira que perde com a degradação de condições comerciais e de mercado daí decorrentes”.

A confederação sugere que o Governo aja junto da Comissão Europeia para que sejam analisadas com a maior rapidez as justificações para a escolha do Bourbon como resposta a taxas sobre o alumínio. “Retaliações baseadas em critérios que elegem outras categorias de produtos, neste caso as bebidas, arriscam-se a levar-nos por caminho que apenas provoque a determinação ou ameaças de novas tarifas para novos produtos”, alerta a CAP.

“Retaliar por retaliar, não cuidando das consequências para a economia e para a sociedade é algo que, em absoluto, tem que ser evitado por quem nos governa, em Portugal e em Bruxelas. Nesse sentido, o Governo português deve contribuir para minimizar esta situação, exigindo de Bruxelas uma reponderação cuidadosa dos produtos abrangidos”, acrescenta.

A CAP diz ainda que “o setor não pode ficar à espera que este problema se resolva (ou que outro entretanto surja) é imprescindível que o Governo elabore um plano robusto de reforço financeiro para a promoção dos vinhos portugueses para que as empresas possam ter capacidade de ganhar quota em mercados alternativos de exportação, sendo que as exportações de vinho para o mercado norte-americano valeram cerca de 100 milhões no ano passado”.

“Sem prejuízo de a situação das tarifas UE/EUA poder vir a ser pontualmente resolvida, não existem quaisquer garantias de que uma vez o problema ultrapassado ele não regresse ainda com mais força. Lidar com a imprevisibilidade obriga a agir de forma ágil e célere e o Governo tem, por isso, a obrigação de facilitar a abertura de mercados alternativos para as exportações de vinho português”, defende a CAP.

Isso faz-se com o reforço de verbas para a promoção para que as Associações e os empresários possam fazer aquilo que sempre fizeram em momentos de crise e de dificuldade: procurarem mercado para continuarem a estar em atividade, assegurando emprego e a criação de riqueza.

É entendimento da CAP que o Governo, apesar de demissionário, “possui todas as competências e condições para, num prazo curto, apresentar um plano robusto de reforço de verbas para a promoção do setor do vinho português nos mercados externos”.

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