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Cápsula do tempo: Maior desastre aéreo de sempre foi há 40 anos

As péssimas condições de visibilidade fizeram colidir dois aviões em Tenerife, nas Canárias. Morreram 583 pessoas. O terrorismo foi indirectamente responsável.
27 Março 2017, 06h30

No dia 27 de Março de 1977, um denominado Movimento pela Independência e Autodeterminação do Arquipélago das Canárias fez rebentar uma bomba no Aeroporto de Gran Canária e a ameaça da possível presença de um segundo engenho explosivo fez com que as autoridades desviassem o tráfego aéreo para Tenerife.

O aeroporto teve de recorrer a diversos expedientes para gerir o enorme aumento de tráfego. Para piorar a situação, a zona do aeroporto ficou envolvida por um extenso manto de nevoeiro, que dificultava a visão clara da pista. No meio da confusão, um Boeing 747 da holandesa KLM recebeu instruções para se fazer à pista e descolar. Um outro Boeing 747 da norte-americana Pan American, que se encontrava atrás de si na fila para a descolagem, percebeu ter sido avisado de se poder fazer à pista. Mas não podia: os dois aviões acabaram por colidir, matando 583 pessoas. Do voo da Pan Am escapariam com vida cerca de 70 pessoas, que conseguiram saltar do avião antes de este se incendiar.

As investigações permitiram perceber que as comunicações entre os aviões e a torre não foram bem entendidas. A juntar a essa deficiência e ao nevoeiro, as tripulações estavam a trabalhar ininterruptamente há várias horas, o que, segundo a investigação, acabou por influenciar o comportamento do pessoal de bordo. O acidente – que continua a ser o mais mortífero da história da aviação civil – acabou por impor a reforma da linguagem de comunicação entre aviões e torres de controlo no solo, na tentativa de a tornar mais límpida e universal.

O Movimento pela Independência e Autodeterminação do Arquipélago das Canárias (MPAIAC) foi lançado na Argélia em 22 de Outubro de 1964, pelo advogado Antonio Cubillo, criador do movimento Canárias Livre. Antes de desaparecer, em 1979, o movimento pretendeu ingressar na Organização para a Unidade Africana (OUA) e pedir à ONU que mediasse a independência do arquipélago, o que nunca veio a acontecer.

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