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Carga dos Touros de Wall Street sem fim à vista

O cenário até pode mudar já hoje, contudo é deverás impressionante o facto de Wall Street estar aparentemente imune as notícias, más ou menos boas, embalando rapidamente para território de ganhos após ligeiras correcções. Uma recuperação superior a 35% desde os mínimos de final de Março coloca o S&P500 a menos de 15% de novos máximos históricos, […]
21 Maio 2020, 11h51

O cenário até pode mudar já hoje, contudo é deverás impressionante o facto de Wall Street estar aparentemente imune as notícias, más ou menos boas, embalando rapidamente para território de ganhos após ligeiras correcções.

Uma recuperação superior a 35% desde os mínimos de final de Março coloca o S&P500 a menos de 15% de novos máximos históricos, com o panorama a ganhar ainda mais contornos de situação surrealista no caso do Nasdaq, visto que o índice tecnológico está agora a uns meros 4,5% de território desconhecido, isto quando a forte contracção económica, o nível de desemprego em níveis assombrosos e a incerteza sobre a segurança da reabertura da economia são factos reais e actuais.

É certo que o mercado accionista antecipa geralmente o estado da economia entre 6 a 12 meses, contudo nenhuma previsão verosímil por mais optimista que seja antecipa para já uma recuperação completa do ritmo económico ou tão pouco dos resultados das empresas para o nível pré-crise nos próximos 18 meses, mesmo que tudo corra sem grandes percalços, como por exemplo uma segunda vaga da pandemia no próximo Inverno.

Então o que está suportar esta onda compradora que varre o pessimismo sem grandes dificuldades? O suspeito do costume está bem identificado, porque foi o garante do bull market durante bastante tempo, refiro-me claro aos bancos centrais, nomeadamente às suas politicas de injecção de liquidez sem limite e aos juros baixos durante um período muito prolongado de tempo, tal como foi inferido pelos investidores, mais uma vez, desta feita nas minutas da última reunião da Fed, divulgadas na quarta-feira.

O destaque de ontem vai para o Russell 2000, que é designado pelo índice das small caps, tendo valorizado 3%, bem melhor que os 2,08% do Nasdaq, que como tem sido hábito bateu os seus parceiros, Dow Jones e S&P 500, nos ganhos. Esta força relativa das empresas de menor dimensão é importante pois sem ela a sustentabilidade das subidas fica em causa, algo que já tinha referido numa análise anterior, veremos no entanto se foi caso único ou se será para manter.

No mercado cambial realce para o dólar americano que recuou mais -0,2% contra um cabaz de outras moedas principais, permitindo ao euro alcançar o valor mais elevado das últimas duas semanas nos $1,0981.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é de 4 horas.

 

 

O principal índice accionista quebrou recentemente o canal descendente em que se encontrava, algo que costuma ser um indicador bearish, mas com esta conjuntura a incerteza é elevada.

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